Yan teve a magia, Rafael Martins a pontaria. E o Moreirense voltou a ganhar
Um excelente pormenor técnico do extremo abriu caminho ao único golo do desafio com o Estoril-Praia e ao primeiro triunfo cónego na era Lito Vidigal. Vimaranenses não venciam há mais de um mês.

O Moreirense cumpriu o necessário – venceu o Estoril-Praia por 1-0 e conquistou o primeiro triunfo para todas as competições em mais de um mês e para o campeonato em mais de três meses – e fê-lo com um lance para mais tarde recordar: num pormenor delicioso, Yan Matheus isolou Rafael Martins de calcanhar e o melhor marcador da história do clube na Primeira Liga deu a melhor sequência, com um disparo rasteiro e cruzado. O dianteiro brasileiro marcou o seu quinto golo da época e o 32.º no seu percurso em Moreira de Cónegos.
Estava assim sentenciado um jogo que o Moreirense controlou na maior parte do tempo, apesar do empate ter pairado sobre o Comendador Joaquim de Almeida Freitas na reta final.
Com quatro golos marcados nos quatro últimos jogos – dois ao Vitória na Taça de Portugal, um frente ao Gil Vicente e outro na eliminação da prova rainha frente ao Mafra, na quinta-feira – o brasileiro de 23 anos não tardou a mostrar ao que vinha: pedra angular das transições rápidas protagonizadas pelos cónegos, fletiu da direita para o meio e obrigou Daniel Figueira a intervenção atenta. Estavam decorridos sete minutos.
Recompensados até agora pela segurança com que se apresentaram em campo – quinta melhor defesa à partida para o jogo desta terça-feira -, os canarinhos ripostaram na mesma moeda, à lei da bomba: Diogo Bruno testou os reflexos de Kewin num remate à entrada da área, aos 13.
A toada dos minutos que se seguiram aparentava ser de equilíbrio, mas a estratégia de Lito Vidigal para explorar o vazio entre a linha média e a defensiva nos momentos da perda da bola, ora pela condução de bola pelo centro do terreno, ora pelos lançamentos longos para Paulinho, na direita, causava um ou outro sobressalto à equipa da linha de Cascais. Assim foi até ao golo, um composto de insistência ofensiva cónega, magia de Yan e pontaria de Rafael Martins.
O Moreirense controlou os momentos subsequentes, tremendo apenas num cabeceamento ao lado de Rui Fonte, em cima do intervalo, e num lance em que Rosic impediu o desvio final de Ferraresi, já noutra baliza, ao minuto 52. Três minutos volvidos, o central sérvio voltou a destacar-se, mas na outra extremidade do relvado, num cabeceamento que só não deu golo por causa do extraordinário voo de Daniel Figueira a desviar a bola para a trave.
Já após a troca do lesionado Rafael Martins por André Luís, os vimaranenses ainda sacudiram a pressão adversária até ao minuto 65, mas, a partir de então, o assédio estorilista só não deu empate graças à eficiência de Kewin a opor-se ao remate forte de Francisco Geraldes e ao cabeceamento de Rui Fonte ao primeiro poste. Quando o guarda-redes nada pôde fazer, os postes ajudaram; no caso, o esquerdo, a devolver o remate cruzado de Meshino, ao minuto 81.
Apesar dos obstáculos que o Moreirense teve de contornar no final, o golo de Rafael Martins prevaleceu mesmo, resgatando a equipa da zona de despromoção: os vimaranenses ocupam agora o 15.º lugar, com 12 pontos.