Yago Cariello, avançado do Portimonense que marcou o segundo golo algarvio no duelo com o Vitória SC, vai ser alvo de um processo de difamação, revelou o presidente, António Miguel Cardoso, em declarações ao diário desportivo O Jogo.

A tensão no Estádio Municipal de Portimão disparou ao minuto 87, quando, após o cabeceamento certeiro, o avançado brasileiro pegou na bandeirola de canto e apontou-a à bancada onde se encontravam cerca de 2.000 vitorianos.

Alguns jogadores do Vitória pediram explicações na hora e o jogador ergueu os braços como se não tivesse feito nada. No dia seguinte, porém, Yago Cariello justificou a sua atitude com atos racistas oriundos dessa mesma bancada: “Todos nós nos excedemos, mas eu não metralhei a torcida do Vitória, que respeito. Apenas tive uma reação aos racistas que cuspiram e xingaram de forma preconceituosa os meus colegas de equipa”.

Antes do golo, Moufi e Jota Silva tiveram um desaguisado na linha lateral contígua a essa bancada, que levou alguns adeptos a assobiarem Moufi sempre que tocava na bola. Ao minuto 83, alguns objetos foram arremessados na direção do lateral direito dos algarvios, quando se preparava para um lançamento de linha lateral.

Confrontados com essas declarações, o vice-presidente, Nuno Leite, obrigado a uma suspensão de 10 dias e a um pagamento de 450 euros de multa, face à expulsão do banco de suplentes após esse mesmo golo, pediu que “não brinquem com o Vitória”, enquanto o presidente, António Miguel Cardoso, catalogou as declarações de “patéticas”.

"Vamos processar por difamação o jogador. Estou estupefacto com o relatório do delegado da Liga (Gonçalo Almeida), ao não dar a devida importância às manifestações do jogador. Algumas vezes dá-me a sensação que a Liga não quer promover o espetáculo desportivo", disse, citado por O Jogo.