O histórico do Vitória SC no reduto do FC Porto é amplamente desfavorável. Talvez por isso o conjunto de Pepa, com algumas surpresas no onze, como João Ferreira e Janvier, tremeu nos minutos iniciais. Demasiados passes errados, desconforto defensivo e falta de expressão ofensiva evidenciaram um Vitória demasiado limitado em campo, a meias com uma pressão forte dos azuis e brancos.

Mas, o tempo foi bom conselheiro para o Vitória SC, que paulatinamente foi ficando mais confortável, soltou-se das amarras e ousou subir à área adversária. Após um desperdício de bradar aos céus de Bruno Duarte logo aos quatro minutos, o conjunto de Pepa conseguiu fazer o que seria mais difícil: chegou à vantagem aos 36 minutos.

Castigo máximo a sancionar falta de Zaidu sobre Edwards no limite da área, da marca dos onze metros o próprio Marcus Edwsards encarregou-se de transformar em golo. Colocava-se na frente o Vitória numa fase em que os dragões perdiam gás, mas a realidade é que nem deu tempo para festejos.

Respondeu de pronto o FC Porto, beneficiando de uma passividade inexplicável do Vitória SC na sequência de um lance de fora de jogo, e também à boleia da condescendência de Luís Godinho a permitir que a bola fosse rapidamente recolocada em jogo uns bons metros à frente do local devido. A classe de Luís Diáz fez depois o resto. Estava escrito o primeiro capítulo de uma espécie de manual de autodestruição.

Com os dois centrais facilmente amarelados, foi uma questão de tempo na segunda metade até que se cumprisse a profecia de ver o Vitória SC reduzido a dez. Aconteceu ao minuto 53. Abdul Mumin foi imprudente à entrada da área, não teve direito a contemplações e deixou o Vitória reduzido a dez.

Apenas seis minutos depois, em inferioridade numérica, o Vitória SC deixou-se apanhar em contrapé defensivamente e com uma boa combinação o FC Porto arrumou com a questão e fechou ao minuto 59 o resultado final. Terceiro e último capítulo do manual, com seis minutos decisivos.

Sai derrotado do Dragão o Vitória, não conseguindo responder à derrota e consequente eliminação na Taça de Portugal. No pior momento da época, nos últimos quatro jogos o Vitória perdeu três. Vê os lugares europeus ficarem mais distantes.