Vitória reentra no comboio europeu
Quatro penaltis, sete golos, seis marcadores e duas equipas que nunca desistiram do jogo: a história dos 90 minutos em Guimarães que culminaram no triunfo vitoriano por 5-2.

Depois de mais de um mês de ausência, o Vitória SC regressou a casa para discutir a jornada 14 da Liga Portugal bwin com o CD Tondela. Os anfitriões, que venceram o último jogo com uma reviravolta consumada no último minuto do tempo regulamentar, queriam averbar o segundo triunfo consecutivo. Pela frente estava o CD Tondela, formação que, em consequência de ter sido obrigada a cumprir um período de isolamento profilático, regressou de uma paragem forçada.
Na antevisão ao jogo, Pepa alertou que este seria um “jogo de paciência” e o timoneiro não podia estar mais perto da verdade. Em Guimarães, a jornada 14 exigiu paciência. Foi preciso paciência para desconstruir a vantagem da formação tondelense, para esperar pelas decisões do árbitro da partida sempre que recorreu ao VAR, para construir a reviravolta e, finalmente, para segurar a vantagem. No fim dos 90 minutos, o timoneiro vitoriano tinha razões para ser um homem feliz: estava confirmado o segundo triunfo consecutivo numa partida que deu aos adeptos, em igual medida, sofrimento e entretenimento.
No assalto aos lugares europeus e com necessidade de vencer para não deixar passar a frente do comboio, o Vitória SC começou a partida com mais iniciativa e a rondar a baliza adversária. Marcus Edwards e Óscar Estupiñán criavam perigo. No entanto, foi o CD Tondela a chegar primeiro ao(s) golo(s). Aos 14', Fábio Melo entendeu que Borevkovic derrubou Murillo depois de Mumin ser incapaz de travar a incursão beirã. Da marca dos 11 metros, João Pedro não falhou: 0-1. Com a confiança reforçada pelo golo, o CD Tondela começou a provocar dores de cabeça à defensiva vitoriana e pouco antes da meia hora de jogo estava dilatada a vantagem. Na sequência de um pontapé de canto, Undabarrena, ao primeiro poste, atirou para o fundo das redes de Varela.
A história dos primeiros 45 minutos foi longa e o último quarto de hora deu aos vitorianos tempo suficiente anular a vantagem dos adversários e, tal como o primeiro golo da partida, desde a marca dos 11 metros. O primeiro aos 32': no meio da forte pressão vitoriana, a falta sobre Estupiñán resultou na marcação da grande penalidade. Chamado a converter, Tiago Silva não hesitou e fez o 1-2. Dez minutos depois, Eduardo Quaresma derrubou Rochinha numa zona perigosa e Fábio Melo voltou a apontar para a marca de penalti. Foi a vez de Estupiñán converter e anular a vantagem dos visitantes a tempo do aviso de intervalo. O marcador apontava 2-2 quando as três equipas recolheram aos balneários.
No regresso, Pepa entendeu que precisava de mexer nas peças da equipa: Tomás Händel saiu e entrou Bruno Duarte. À semelhança do que aconteceu em Paços de Ferreira, o timoneiro apostou na dupla de avançados para a segunda metade do jogo. E se há muita história a contar da primeira parte, os segundos 45 minutos não ficaram atrás. Aos 60’, na sequência de uma jogada com perigo protagonizada por Bruno Duarte, a bola foi desviada pela mão de Manu Hernando. Fábio Melo descortina o penalti e mostra o cartão vermelho ao jogador beirão que tinha sido lançado por Pako Ayestarán cinco minutos antes. Com Marcus Edwards chamado à ocasião, o filme repetiu-se: jogador para um lado, guarda-redes para outro. A reviravolta estava outra vez consumada: 3-2.
Pepa voltou a mexer: dupla alteração para substituir Rochinha e André Almeida por Quaresma e Janvier. O perigo continuava a rondar a baliza de Trigueira e as ameaças deixavam antever que o resultado ainda não estava fechado. À entrada dos últimos 10 minutos de jogo, Marcus Edwards assinou o 4-2. Bruno Duarte tentou primeiro, mas não conseguiu fazer o golo; a defesa incompleta de Trigueira deixou a baliza à disposição do inglês. O golo, inicialmente anulado, foi validado pelo VAR. A última alteração revelou-se certeira. Para substituir Edwards, Pepa lançou Rúben Lameiras. O jogador de 26 anos precisou apenas de 4 minutos para fazer o golo: aos 89’, assistido por Bruno Duarte, fez o golo que fechou a contagem. 5-2 foi o resultado final. Pelo caminho, o CD Tondela não deu mostras de querer desistir do jogo, mas perdeu o discernimento e não esboçou qualquer reação.
Com o segundo triunfo consecutivo carimbado, Pepa já pode começar a pensar no terceiro e, por enquanto, vai fazê-lo a ocupar o 5.° posto da tabela, último lugar europeu. A próxima jornada vai levar o Vitória SC a viajar até aos Açores. O Santa Clara, depois de uma derrota no dérbi das ilhas por 4-1, vai procurar voltar aos bons resultados. Os 5.° e 16.° classificados têm encontro marcado no próximo dia 17 de dezembro pelas 19h00.