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Vitória: passivo do clube sobe pela primeira vez desde 2012

A subida para os 7,8 milhões de passivo deu-se toda no lado corrente - exige pagamento a curto prazo. O resultado de 2020/21 foi negativo em 3,6 milhões, com as receitas de quotização a descerem 33%.

18 outubro 2021 > 11:55

O passivo do Vitória - rubrica contabilística que agrega todas as obrigações financeiras de uma entidade, incluindo dívidas - desceu época após época desde a conturbada época de 2011/12, quando atingiu um pico de 24 milhões de euros.

Assim aconteceu até à temporada 2020/21, que marca uma ligeira inversão na tendência da última década: juntando todas as atividades à exceção do futebol profissional e da maior parte do futebol de formação, o clube terminou a época passada com um passivo de 7,8 milhões de euros, superando os 6,8 milhões de 2019/20, mostra o Relatório e Contas que será apreciado, discutido e votado na assembleia-geral de sábado.

Essa subida deu-se inteiramente no lado corrente, associado a dívidas que exigem um pagamento de curto prazo: o valor duplicou dos 1,7 milhões para os 3,5 milhões de euros entre uma época e outra, por causa da rubrica “financiamentos obtidos”. Esse valor subiu dos 148 mil euros para os 1,8 milhões de euros entre 2019/20 e 2020/21.

Já o ativo caiu dos 32,1 para os 29 milhões de euros entre uma e outra temporada, pelo que o capital próprio – ou fundo patrimonial – do Vitória passou a ser de 22,2 milhões de euros, descendo 14,9%.

Na análise económico-financeira que consta do Relatório e Contas, o Vitória justifica a subida do passivo com o empréstimo da SAD ao clube e pelas “moratórias em vigor nos financiamentos do clube”. Já os três milhões de perda no ativo estão relacionados com a participação do capital do clube na SAD.

O documento esclarece ainda que dos 7,8 milhões de passivo, 5,2 respeitam ao Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC), adotado em 2012 como plano de pagamento para as dívidas que o clube preto e branco tinha; desse valor, 926 mil euros são passivo de curto prazo.

 

O resultado negativo da SAD refletiu-se no clube, diz o relatório

A SAD do Vitória terminou o exercício de 2020/21 com um resultado negativo de 8,2 milhões de euros. Numa temporada em que consumou a aquisição de 11% das ações pertencentes a Mário Ferreira, garantindo a maioria do capital na sociedade (51%), o Vitória alega um efeito de contágio nas contas do clube: a época passada terminou com um resultado negativo de 3,6 milhões de euros.

“O resultado é consequência da participação do clube na SAD, a qual registou perdas significativas que aportam para a quase totalidade deste prejuízo”, lê-se no documento.

Ainda assim, o emblema presidido por Miguel Pinto Lisboa apresentaria perdas “mesmo sem esse impacto”. Só os rendimentos englobados na quotização caíram 33% face a 2019/20, de 2,25 para 1,5 milhões de euros. A receita com quotas mensais diminuiu de 1,68 para 1,41 milhões, sendo agravada pela ausência de rendimentos com lugares anuais – em 2019/20, o clube tinha feito 425 mil euros nessa rubrica.

As quebras estenderam-se às mensalidades da formação – 234 para 143,5 mil euros -, à exploração das piscinas – 50%, de 216 para 108 mil euros – e às receitas com arrendamentos – 405 para 315 mil euros.

Os proveitos totais caíram assim 20,6% face a 2019/20, dos 4,2 para os 3,3 milhões de euros. Quanto aos gastos, também caíram, dos 3,9 para os 3,1 milhões. Ainda assim, o resultado operacional (EBITDA), positivo em 2019/20, na ordem dos 520 mil euros, foi desde logo negativo na última temporada, fruto da participação nas perdas da SAD. Cifrou-se nos 3,5 milhões de euros, sendo ligeiramente agravado pelos juros.

O Conselho Fiscal aprovou o Relatório e Contas por unanimidade no parecer emitido.

A assembleia-geral de sábado também vai servir para a cooptação de Albino Teibão como vice-presidente do clube.

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