Vitória foi o clube com mais adeptos interditos em 2020/21
Com 24 interdições de acesso a recintos desportivos, os adeptos do Vitória equivaleram a 15% do total de 2020/21. Já o total de infrações cresceu devido ao uso de artigos pirotécnicos.

A época de 2020/21 registou uma descida de 28% face a 2019/20 na entrada em vigor de medidas de interdição de acesso a recintos desportivos, mas, entre as 160 sanções aplicadas, o clube mais punido foi o Vitória SC, revela o Ponto Nacional de Informações sobre Desporto (PNID), a que o Jornal de Guimarães teve acesso com base no trabalho da Agência Lusa.
Numa temporada em que os eventos desportivos decorreram quase todos à porta fechada, 24 adeptos do emblema de Guimarães viram-lhes proibida a entrada em estádios, pavilhões ou outros recintos, correspondendo a 15% de todas as interdições. Seguiram-se castigos a 22 adeptos do FC Porto, 18 ao Sporting, 12 ao Sporting de Braga, sete ao Benfica e seis ao Famalicão. Estes seis emblemas do principal campeonato de futebol totalizam 56% das interdições aplicadas no desporto português em 2020/21.
Das 160 interdições que entraram em vigor, 131 foram aplicadas pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD), enquanto as restantes 29 foram determinadas por autoridades judiciárias.
Quanto às causas das interdições, o uso de artigos pirotécnicos valeu 83 castigos (52%), seguindo-se o incitamento à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância (45 casos), o arremesso de objetos (14), as injúrias (nove), a invasão do terreno de jogo (sete) e as agressões (dois).
Na esfera das sanções da APCVD, 91% das interdições (119) recaíram sobre o futebol, sobrando 10 casos com origem no futsal e dois no hóquei em patins. Dois terços das sanções (66%) recaíram sobre membros de Grupos Organizados de Adeptos (GOA) - as claques.
Número de infrações sobe 36% em 2020/21
Mesmo com estádios vazios, salvo exceções para ensaiar o regresso do público, a época 2020/21 teve 2.335 incidentes associados a eventos desportos, um número que traduz uma subida de 35,8% face a 2019/20, quando houve 1.719 casos, adianta a segunda edição do Relatório de Análise de Violência Associada ao Desporto (RAViD), com dados compilados entre 01 de setembro de 2020 e 30 de junho de 2021.
A subida deveu-se à pirotecnia, cujas infrações subiram 41,6% face a 2019/20, de 817 para 1.398 casos, bem como ao incumprimento de deveres dos promotores de espetáculos desportivos (crescimento de 114 para 315) e de situações de índole desconhecida (141 para 439).
Pelo contrário, houve descidas acentuadas em injúrias (de 144 para 84), agressões (de 128 para 42), danos (de 98 para 16), incitamento à violência, ao racismo, xenofobia e intolerância (de 73 para 15), arremesso de objetos (de 105 para 12), invasão da área de jogo (de 42 para 12) e posse ou consumo de estupefacientes (de 15 para dois).
Das 2.335 ocorrências, resultaram 17 detenções, abaixo das 61 na época anterior, e a identificação de 335 indivíduos, contra as 402 somadas em 2019/20, sendo que 88% (2.054) estão concentradas no futebol e 12% (281) dispersas por outras modalidades.