Vitória estima subida de 56% nas receitas com quotas e lugares anuais
Sem incluir futebol profissional, orçamento para 2021/22 estima a subida dos rendimentos totais 4,82 milhões de euros, alicerçada nos associados. Resultado líquido previsto é de 316 mil euros.

Os sócios do Vitória vão poder regressar ao Estádio D. Afonso Henriques a 26 de junho, para mais uma assembleia-geral, sob a lotação máxima permitida de 1.047 pessoas. Desta feita, a reunião magna é ordinária, destinada, sobretudo, à apresentação, discussão e votação do orçamento para a época 2021/22. O clube já publicou esse documento, que contempla um aumento das receitas e dos gastos face àquilo que foi projetado para 2020/21.
Sem incluir as receitas e os gastos associados à SAD, ainda que já esteja em marcha o processo de aquisição de 56,4% das ações que pertenciam a Mário Ferreira, por 6,5 milhões de euros, o Vitória espera obter proveitos operacionais de 4,82 milhões de euros na próxima época. Essa projeção supera em 19,3% os rendimentos totais estimados para 2020/21 (4,04 milhões) e firma-se na expetativa de que as receitas provenientes dos associados vão voltar a subir.
Após ter perspetivado encaixar 1,75 milhões de euros na rubrica “associados e bilhética” para 2020/21, o Vitória espera amealhar 2,73 milhões na próxima temporada, o que perfaz um crescimento de 56% entre as projeções.
Mesmo sem saber ainda que receitas angariou na temporada passada, já que o relatório e contas só será apresentado em setembro ou outubro, o clube presidido por Miguel Pinto Lisboa estima um aumento nos proveitos com as quotas de 1,6 milhões de euros (2020/21) para 2,1 milhões (2021/22), com o consequente ganho na quota modalidades – subida de 142.400 para 154.400 euros.
Nos lugares anuais, os vimaranenses esperam angariar 467.500 euros em 2021/22, depois de terem projetado um valor de 3.200 euros para 2020/21 – esse valor quase nulo resulta do facto de se ter perspetivado uma época à porta fechada, como se veio a confirmar.
O património é outra das áreas em que o Vitória espera subir as receitas – de 582 para 863 mil -, fruto de um novo arrendamento alinhavado para a bancada sul do Estádio D. Afonso Henriques, segundo o parecer do conselho fiscal.
Nas modalidades, nas escolas de formação de futebol (Afonsinhos) e nas piscinas, espera-se, em sentido inverso, uma quebra das receitas. A quebra nas modalidades é de quase 50% (662 para 340 mil euros). Nos Afonsinhos e nas piscinas, está previsto que a receita caia dos 307.400 para os 166.400 euros.
Resultado positivo, apesar dos maiores gastos
A acompanhar os rendimentos, o clube preto e branco projeta também uma subida nos gastos, de 11,1%: espera-se que os 3,35 milhões de euros de 2020/21 ascendam a 3,72 milhões na próxima época. A variação está relacionada com o aumento dos gastos gerais – de 1,925 para 2,544 milhões -, apesar de se prever uma quebra nas despesas com as várias modalidades – de 1,02 milhões para 998.500 euros – e ainda com os Afonsinhos e as piscinas – de 400.600 para 175.500 euros.
O Vitória espera assim obter um resultado operacional positivo de 1,1 milhões de euros na próxima época, que desce para 316 mil euros, com os gastos em amortizações e em juros. Para 2020/21, o clube havia estimado um resultado negativo de pouco mais de 62 mil euros. Em 2019/20, época que já tem as contas fechadas, o Vitória apresentou um resultado negativo de 354 mil euros.
Conselho fiscal aprova documento
O parecer do conselho fiscal propõe a aprovação do orçamento por “unanimidade”, frisando que é esperada a “recuperação da base de associados para um patamar equivalente às épocas anteriores”, depois de uma época “tremendamente impactante sobre todos os setores e particularmente sobre o desporto, profissional e amador”.
“As consequências da covid-19 ainda se vão fazer sentir, e há decisões importantes a tomar numa ótica de sustentabilidade”, refere o documento do órgão social presidido por Ricardo Prego de Faria.
O parecer indica que o “diferencial positivo de 500 mil euros” na quotização corresponde à “regularização do que está em atraso, gerando assim um total de 2,1 milhões de euros de receita”. Nos lugares anuais, o conselho fiscal espera “uma recuperação para um patamar próximo das épocas pré-covid”.