Se os dois primeiros jogos dos quartos de final da Liga Placard pareciam indiciar uma eliminação inevitável perante o Sporting, o Vitória mostrou, nesta sexta-feira, que ainda tem uma palavra a dizer neste campeonato. A turma de Carlos Fechas arranjou quase sempre soluções, quer exteriores, quer interiores, para contornar a agressividade defensiva leonina e manter o equilíbrio no marcador até disparar definitivamente no terceiro período.

A vencer por 60-50 à partida para os últimos 10 minutos, os verdes e brancos reduziram essa margem para dois pontos em apenas dois minutos, mas o desconto de Carlos Fechas inverteu essa marcha. Com Alfred Parrish em destaque, o Vitória distanciou-se de novo até aos 14 pontos de vantagem (75-61) e geriu até ao fim uma vantagem que traduziu o domínio nos capítulos do lançamento (50% contra 41%) e do ressalto (38 contra 30).

A 27 segundos do fim, o triplo de Seibring dissipou todas as dúvidas: os conquistadores selaram o primeiro triunfo da sua história sobre os leões por 84-71 e sobreviveram à eliminação. Com o Sporting em vantagem no play-off por 2-1, o Vitória vai tentar forçar a negra no sábado, às 15h00, novamente no pavilhão Unidade Vimaranense.

Mais jogo interior

Ao contrário dos dois primeiros embates, em que os lisboetas arrancaram para o triunfo logo no primeiro período, o terceiro jogo começou equilibrado, com a defesa à zona a não facilitar os ataques leoninos. Mas as melhorias não se viam apenas na defesa. Com André Bessa a orquestrar o jogo ofensivo, os homens de Guimarães conseguiram sempre alternar a rotação da bola a pensar no lançamento exterior, com as penetrações interiores rumo ao cesto ou rumo às assistências para Coreontae DeBerry somar pontos junto à tabela. Esta variabilidade contornou a habitual arreganho da defesa leonina e permitiu ao Vitória terminar o primeiro período na frente (20-16).

As equipas permaneceram coladas no marcador durante o segundo quarto, mas com um crescente domínio leonino, materializado no acerto de James Ellisor e de João Fernandes, que chegou a dar aos pupilos de Luís Magalhães uma vantagem de seis pontos (39-33), mesmo antes de Coreontae DeBerry fazer dois pontos para fixar o 39-35 que se verificava ao intervalo.

Peacock e Parrish

O triunfo vitoriano edifica-se assim na segunda parte rubricada pelos jogadores de Carlos Fechas. A equipa apareceu bem, igualou o embate a 41 pontos num triplo de Bessa e manteve o equilíbrio no marcador graças à ação de Alexander Peacock, que marcou 10 pontos em todo o período. A 03.20 minutos do fim desse período, foi a vez de outro protagonista aparecer: Alfred Parrish dilatou a vantagem para sete pontos (55-48) e começou a encontrar o caminho do cesto quando a equipa mais precisava.

A equipa trajada de branco entrou para o último período a vencer por 60-50, mas viu essa margem esfumar-se nos dois primeiros minutos do quarto período, com dois triplos de Travante Williams a fazerem o 60-58. O desconto de tempo pedido por Carlos Fechas foi o antídoto que a equipa precisava: em três minutos, o Vitória fixou uma vantagem de 75-61, com Parrish a marcar 10 dos 15 pontos somados. Esse momento praticamente sentenciou o encontro. Nos minutos finais, o Sporting defendeu alto e lançou em desespero para inverter um resultado que o Vitória segurou, graças ao acerto e à calma demonstrados na circulação de bola.

Figura da segunda parte, Parrish acabou o encontro com 31 pontos. Foi o melhor marcador do encontro, apesar da distinção de MVP ter sido atribuída a DeBerry, que alcançou um duplo-duplo (16 pontos e 10 ressaltos). Peacock também se destacou, com 14 pontos e nove ressaltos.

No Sporting, as prestações de Travante Williams (21 pontos), de James Ellisor (19 pontos) e de João Fernandes (17) foram insuficientes para contrariar a supremacia vimaranense.