Vitória desperta tarde num jogo de pecados antigos com o desfecho de sempre
Exibição pobre no primeiro tempo castigada com o golo de Coates, o único do desafio. Na segunda parte, comandados de Pepa instalaram-se no meio-campo do Sporting, mas raramente ameaçaram o empate.

Como de costume, o Vitória perdeu em Alvalade, embora, desta feita, o resultado tenha estado em aberto até ao fim. O desafio teve uma primeira parte de superioridade leonina e uma segunda de ascendente vimaranense, embora longe de se traduzir em oportunidades que pudessem valer o empate.
Os homens de Pepa passaram a maior parte dos 45 minutos iniciais a tentar roubar a bola ao adversário. O atraso com que chegaram à maior parte dos duelos facilitou a manobra ofensiva leonina, que redundou num golo saído de um canto estudado, ao minuto 31. Coates foi o autor do tento solitário. Na segunda parte, a equipa hoje trajada de amarelo subiu no terreno e melhorou, mas sem a objetividade suficiente para ameaçarem o empate, a não ser num par de situações.
Os primeiros 10 minutos ainda deram a ilusão de que a primeira parte seria disputada taco a taco, com desenhos ofensivos perigosos que deixariam a incerteza no ar até ao toque do apito para o intervalo. Eficiente nos lançamentos longos à procura do trio da frente, com movimentos bem estudados para desequilibrar a retaguarda vitoriana, o Sporting criou a primeira oportunidade ao minuto cinco, quando Bruno Varela se saiu rapidamente da baliza para negar o golo a Pote.
Minutos depois, o Vitória responde: Händel apareceu em campo como uma das novidades no onze, a par de João Ferreira, de Tiago Silva e de Bruno Duarte, e disparou para intervenção difícil de Adán, ao minuto 11. Na sequência do lance, Marcus Edwards endossou a bola com demasiada força a Bruno Duarte, perdendo-se possivelmente o primeiro golo do jogo.
A partir daí, os leões aceleraram, escaparam quase sempre à pressão algo hesitante do Vitória, propensa ao desequilíbrio sem bola, e dominaram a restante primeira parte a seu bel-prazer. Com o adversário a reter a bola com passes precisos, curtos ou longos, fosse qual fosse a zona do terreno, os homens que viajaram de Guimarães passaram muito desse tempo a ver jogar.
Apesar de jogar mais tempo em organização defensiva, os espaços continuaram a aparecer, sobretudo no corredor defendido por João Ferreira, e os golos surgiram na baliza vitoriana, ainda que dois deles tenham sido anulados, fruto do acerto da linha defensiva vitoriana, a deixar os adversários fora de jogo. Entre os lances anulados a Pedro Gonçalves, aos 27 minutos, e a Sarabia, aos 44, Coates inaugurou o marcador. Fê-lo de cabeça, para não variar: Paulinho apareceu ao primeiro poste e, de cabeça, assistiu o uruguaio para o seu quarto golo da época.
Um Vitória ao ataque, mas sem objetividade
Depois de Matheus Nunes ter ameaçado o segundo golo leonino no primeiro minuto da segunda parte, o jogo mudou e tornou-se mais dividido. O Vitória precisava de mudar o resultado e avançou no terreno. Jogou até a maioria do tempo no meio-campo adversário, mas a objetividade na posse de bola foi quase nula, daí escassearem as oportunidades para o empate.
Pepa foi mexendo na equipa e o rendimento subiu, principalmente graças às ações de Janvier e de André Almeida, que permitiram uma construção mais fluida. Mas os raros momentos em que a defesa verde e branca foi apanhada desposicionada nunca foram aproveitados; o Vitória insistia em voltar ao início do processo de construção mesmo quando tinha espaço, facilitando a reorganização defensiva do Sporting. Muita da posse vitoriana no segundo tempo foi estéril.
Só por duas vezes o golo esteve perto de surgir: num remate de André Almeida por cima, travado por Adán, ainda que não tenha sido assinalado canto, e num desvio de Estupiñán, travado em cima da linha de golo pelo guardião leonino.