Vitória B entra a perder. Ascendente desfez-se na marca dos 11 metros
Os minutos iniciais prometiam exibição convincente, mas o penálti de Mozino encravou o ritmo e o discernimento vimaranenses, revelando-se decisivo para o triunfo do Canelas a abrir a Liga 3.

Ao contrário da época de estreia da Liga 3, em que recebeu e venceu o Lusitânia de Lourosa, a formação secundária do Vitória começou a edição 2022/23 da Série A com uma derrota caseira perante o Canelas. Um penálti convertido por Mozino, ao minuto 17, travou a supremacia inicial dos vitorianos, não mais verdadeiramente recuperada. Os jogadores equipados de branco circularam a bola, tentaram, mas os desequilíbrios escassearam e as oportunidades também. No último lance do encontro, Bosingwa fez o 2-0 final, isolado num contra-ataque.
No primeiro jogo oficial ao leme da equipa secundária do Vitória, Nuno Barbosa mesclou elementos muito utilizados por Moreno na época transata – Rui Correia, Ricciulli, Afonso Freitas, Rafa Pereira, Jota e Bahamboula -, atletas que integravam a extinta formação sub-23 – o guarda-redes Antal Bencze e o lateral direito Jonathan Mutombo – e ainda três caras novas no plantel – o ex-júnior Gonçalo Nogueira e os reforços Felipe Estrella e Maxwell Woledzi, o defesa contratado ao Nordsjaelland que apareceu no vértice mais recuado do meio-campo.
Com uma tarefa semelhante à que Ibrahima Bamba desempenhava nos ‘bês’ de 2021/22 – recuar até ao eixo defensivo para pegar na bola e distribuí-la -, o jogador ganês foi pêndulo numa exibição que começou fluida, sobretudo pela ala direita, origem das primeiras oportunidades clamorosas da partida: Felipe Estrella acertou por duas vezes na barra, de cabeça e num remate acrobático, após jogada individual de Ricculli, ao minuto nove.
O controlo vitoriano no miolo era notório, mas o Canelas teve mais faro para o golo aquando da oportunidade de responder: depois de sofrer uma carga de Afonso Freitas no interior da área vitoriana, Mozino adiantou os gaienses na marca dos 11 metros.
A partir daí, o ritmo do encontro abrandou, com os médios e os extremos vitorianos a perderem-se várias vezes em lances individuais, ao invés de darem velocidade à bola para desequilibrarem a retaguarda contrária e só se aproximaram do empate a segundos do intervalo, quando Felipe Estrella ficou a centímetros do desvio final, servido por Bahamboula.
A qualidade do encontro decaiu na segunda metade: o Canelas montou uma fortaleza em torno da sua baliza e os comandados de Nuno Barbosa tentaram rompê-la, mas com sucesso diminuto. A turma vestida de branco circulava a bola a toda a largura do terreno, mas arriscava pouco diante da última linha defensiva gaiense, o que redundou numa sucessão de cruzamentos para a área sem conclusão.
Apesar de manter a baliza longe de calafrios, os jovens perderam ímpeto e lucidez na construção, o que permitiu ao Canelas segurar a magra vantagem até ao apito final de Humberto Teixeira.
Além da pouca inspiração, também a infelicidade deu um contributo para o desfecho final: no período de compensação, Jota acertou na trave num remate à entrada da área. Contra a maré de ataques vitorianos, o Canelas beneficiou, no último minuto, de um contra-ataque de três elementos sem oposição, lançado por Mozino, e ampliou a contagem.