Vitória apresenta-se no Bessa para repetir o que fez em 1980/81 e 2018/19
À semelhança dessas temporadas, em que ascendeu ao quinto lugar na ponta final, a equipa de Pepa abre a jornada 33 da Liga Bwin frente a um dos seus rivais ainda no encalço do Gil Vicente.

A última deslocação vitoriana de 2021/22 tem como destino o Estádio do Bessa. Vitória SC e Boavista defrontam-se esta sexta-feira, a partir das 20h15, para a penúltima ronda da Liga Bwin, na 56.ª ocasião em que estes dois rivais, protagonistas de acesos duelos nas décadas de 70, 80 e 90, se vão encontrar no Porto para o campeonato.
Pese a desvantagem histórica no reduto axadrezado – 12 triunfos vitorianos, 22 portuenses e 21 empates -, a equipa de Guimarães saiu de lá triunfante em 2020/21 (1-0) e está praticamente obrigada a sê-lo de novo, se ainda quiser repetir as pontas finais de 1980/81 e 2018/19.
Nessas duas épocas, o emblema da cidade-berço foi a tempo do quinto lugar quando a classificação era inferior a duas jornadas do fim. Em 1980/81, época em que atletas como Vítor Damas, Ramalho, Gregório Freixo, Nivaldo, Abreu, Ferreira da Costa, Mundinho, Joaquim Rocha e Blanker jogavam sob o comando de José Maria Pedroto, o Vitória ocupava o sétimo lugar no fim da 28.ª jornada, com 28 pontos, menos um do que o quinto classificado, Vitória de Setúbal, e do que o sexto, Sporting de Braga.
Na ronda seguinte, os homens de Guimarães venceram por 2-1 na visita à já despromovida Académica e apoderaram-se da quinta posição, tendo beneficiado dos desaires sadino, na Luz, perante o Benfica (5-1), e arsenalista, em casa, perante o Sporting de Espinho (1-0). Na última ronda, um nulo caseiro diante do vice-campeão FC Porto assegurou a posição recém-conquistada, com 31 pontos, acima do Braga, que fez 30, e do Vitória de Setúbal, que se ficou pelo 29. Na altura, o quinto lugar não garantia apuramento europeu.
Já o quinto lugar de 2018/19 assegurou o último apuramento vitoriano para as competições da UEFA. No fim da jornada 32, a antepenúltima, o conjunto de Luís Castro ocupava o sexto lugar, com 46 pontos, a três da grande sensação da época, o vizinho Moreirense, orientado por Ivo Vieira.
Na jornada 33, a equipa preta e branca goleou, em casa, o Belenenses SAD, por 5-1, mas viu os axadrezados de Moreira de Cónegos vencerem o rival Desportivo das Aves, fora de casa, por 1-0. A decisão ficou, portanto, adiada para a última jornada, que reservava um dérbi concelhio, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
O Moreirense ainda inaugurou o marcador por David Texeira, aos 15 minutos, mas Davidson empatou aos 20 e selou o triunfo por 3-1, aos 90+5. Pelo meio, Yordán Osório marcou o tento da reviravolta aos 68. Vencedor no confronto direito, os vitorianos ascenderam ao quinto posto, com os mesmos 52 pontos da turma verde e branca. Luís Castro treinou o Vitória pela última vez, antes de rumar ao Shakhtar Donetsk e de ser precisamente substituído por Ivo Vieira.
Na reta final já em curso, o Vitória depende de si, mas também do Gil Vicente, quinto classificado, com 48 pontos. Para ter condições de atingir o quinto lugar no duelo da última jornada, perante os galos, no Estádio D. Afonso Henriques, os comandados de Pepa têm de vencer o já tranquilo Boavista nesta sexta-feira e de esperar que os homens de Barcelos não vençam na receção de domingo ao Tondela. Ou empatarem e esperarem que o Gil Vicente perca. Cabe ao Vitória a primeira palavra na reta final dessa disputa.