Vitória afirma princípios de jogo até à hora da (semi)autodestruição
À semelhança da ronda inaugural, a equipa dominou a primeira parte sem eficácia, antes de cair de rendimento na segunda, também face à expulsão de Alfa Semedo. Ainda assim, segurou o primeiro ponto.

Pepa pediu um Vitória capaz de manter a concentração ao longo dos 90 minutos e de definir melhor os ataques, mas a equipa não descolou do nível exibido frente ao Portimonense: primeira parte com volume de jogo avassalador e combinações interiores bem gizadas, mesmo com as frequentes hesitações na hora de disparar; uma segunda parte onde erros em lances aparentemente inofensivos condicionaram o futebol apresentado e puxaram para baixo o rendimento vitoriano. Para destoar da ronda inaugural, a baliza de Matous Trmal manteve-se inviolável, valendo o primeiro ponto no campeonato.
O timoneiro vitoriano mostrou-se agradado com vários dos automatismos patenteados no domingo e manteve o “onze”. A mesma receita, o mesmo sabor: bola a circular a toda a largura do terreno, com ligação entre os Andrés, os alas e os laterais, mas sucessivas indecisões na hora de pisar a área contrária, para além dos vários cruzamentos sem sequência.
Na hora em que os jogadores se entenderam no último reduto adversário, o Vitória foi perigoso: Quaresma acertou na barra aos 15 minutos, ainda que num lance aparentemente sem intenção, e Alfa Semedo, pouco depois, teve má pontaria num cabeceamento em frente à baliza. Ainda houve tempo para mais ameaças às redes de um Estoril-Praia quase inexistente nos primeiros 45 minutos: Bruno Duarte, num remate à meia volta de fora da área, aos 26 minutos, e André Almeida, num tiro ao poste direito, ficaram a centímetros do golo.
A avalanche ofensiva esvaiu-se na segunda parte. Tudo o que o Vitória construiu na primeira metade começou a desmoronar-se logo no segundo minuto da etapa complementar: numa jogada com início num lançamento lateral, Jorge Fernandes chegou atrasado a uma disputa de bola e derrubou André Franco. Penálti para a formação da casa que André Clóvis desperdiçou; o avançado enganou Matous Trmal, mas atirou ao lado, aos 48.
A corrente da segunda parte começara indefinida e ficou mais tenebrosa oito minutos depois. Num lance a meio-campo, Alfa Semedo entrou de forma imprudente sobre Miguel Crespo e viu o segundo amarelo. O domínio da primeira parte tornava-se assim passado. Na última meia hora, o jogo desenrolou-se quase sempre no sentido da baliza vitoriana, pese o parco acerto da turma de Bruno Pinheiro na definição dos ataques: ora eram os cruzamentos que saíam mal medidos, ora era André Clóvis que não chegava à bola.
A ocasião mais flagrante dos canarinhos surgiu de erros flagrantes do Vitória na saída de bola: num lance em que Borevkovic e Trmal tomaram más decisões no terço mais recuado, o Estoril-Praia apareceu em frente à baliza e só a cabeça do guardião checo, de forma involuntária, impediu o golo que poderia ter sentenciado nova derrota.