Vimaranenses João Abreu e Rui Silva em aventura pelo futsal italiano
Paragem das competições distritais no nosso país não permitiu que os dois jogadores realizassem esta época. Os atletas optaram por deixar a Fundação Jorge Antunes e ir para Itália.

Considerados os dois jogadores com maior qualidade às ordens de Carlos Leite, na Fundação Jorge Antunes, João Abreu e Rui Silva partiram para longe, Itália, em plena pandemia, em busca do sonho de continuar a competir. Os dois atletas vimaranenses, que recentemente representaram o Candoso na 1.ª Divisão Nacional, partiram à aventura.
Trata-se da primeira experiência em contexto profissional e no estrangeiro para estes dois jovens vimaranenses, que passam agora a colocar o seu talento até ao final da temporada ao serviço da equipa Tenax Castelfidardo, da 2ª Divisão de Futsal de Itália.
O desejo de subir a fasquia não é recente, questionados pelo TdJ sobre como surgiu esta oportunidade, os jogadores referem que não pensaram duas vezes ao ser feita a proposta, por parte do antigo treinador, até porque, nunca se sabe se esta poderia ser a última oportunidade. Uma oportunidade que, portanto, “precisava de ser agarrada”, como ambos reconhecem.
“Viemos para um contexto profissional, nós aqui somos profissionais. E lança-nos para outro patamar que podíamos nunca vir a atingir se continuássemos no semiprofissional ou amador. Estando a treinar várias vezes ao dia e num contexto completamente diferente, e a aprender com pessoas novas, isto pode-nos levar a dar um salto maior. E mesmo que não dê em nada, só pela experiência, já vale a pena”, partilha Rui Silva.

Tendo já tido a oportunidade de realizar vários jogos, a barreira linguística, que inicialmente foi ultrapassada devido à ajuda de um técnico que falava português do Brasil e foi traduzindo o que o treinador e colegas do Tenax diziam, já não é apontada como uma dificuldade. Agora, sentem-se integrados, e recordam que só no primeiro jogo ficaram mais expectantes.
“Tínhamos visto vídeos dos jogadores e não tínhamos ideia do que íamos apanhar pela frente. Tanto podia ser uma equipa muito boa, como muito má. Fomos de olhos vendados e depois existe a questão de querermos provar o nosso potencial, existe aquela pressão”, desabafa Rui Silva.
Apesar de bem instalados, os jogadores não deixam de reparar que existem características que diferenciam o futsal italiano com o da terra mãe.
“Há diferenças do futsal português, para o italiano. Aqui é mais físico, em Portugal é mais espontâneo, na minha opinião é até mais bonito. Aqui é mais bruto, os treinadores não gostam tanto que se arrisque, enquanto em Portugal costumam dar mais liberdade”, acrescenta João Abreu.
O compromisso dos dois atletas, João Abreu, de 24 anos, e Rui Silva, de 22, é regressar no final da época à Fundação Jorge Antunes, que tem um projeto ambicioso para voltar aos grandes palcos do futsal português. Para já a experiência em Itália está a correr bem, veremos o que trará de novo.