O Vitória B transportou o embalo que, no final da época passada, lhe garantiu a promoção à nova Liga 3 para o arranque da novel competição. Capaz de pressionar a toda a extensão do terreno e de criar jogo ofensivo pelo meio e pelas alas, a turma de Moreno materializou a supremacia perante um adversário recheado de jogadores experientes (inclusive em campeonatos profissionais) num triunfo por duas bolas a zero.

Goleador dos B em 2020/21, Herculano abriu o ativo aos 29 minutos e Gonçalo Gomes selou o resultado aos 60, na recarga a um penálti que falhara. Com este desfecho, a formação preta e branca lidera provisoriamente a Zona Norte da Liga 3, quando falta ainda disputar o São João de Ver – Fafe e o Montalegre – Pevidém para a conclusão da jornada inaugural.

Moreno apresentou um “onze” com quatro elementos que trabalham com o plantel principal – André Amaro, Hélder Sá, Gui e Herculano – e os jovens vitorianos não perderam tempo a anunciar o futebol ofensivo e dominador que estava para vir: nos primeiros quatro minutos, Welton, médio cedido pelo Berço, e Maguinha colocaram Serginho à prova, em remates enquadrados com a baliza.

Com a saída de bola em parte automatizada, a equipa B vitoriana sofreu um calafrio aos 10 minutos, numa jogada em que Antal Bencze negou o golo a Léo Cá, mas controlou quase sempre as operações até ao intervalo, mesmo quando o ritmo abrandou, na fase intermédia do primeiro tempo.

Foi num momento de aparente adormecimento que o Vitória furou a até então compacta defesa aurinegra e desfez o nulo: Hélder Sá capitalizou a abertura de Gui para ultrapassar Mika no flanco e tirou um cruzamento milimétrico para o cabeceamento fulminante de Herculano; com o primeiro tento da época, o avançado guineense deu assim seguimento à veia goleadora demonstrada na ponta final de 2020/21.

Quase sempre convicto nas ações, pese alguma indecisão na hora de atirar à baliza, o Vitória B quase dilatou a vantagem dois minutos depois, mas o experiente guardião do Lusitânia negou os festejos a Gui, antes de voltar a dizer presente para se opor a Welton, aos 37.

Apesar da ameaça de Filipe Andrade nos instantes finais dos primeiros 45 minutos e do reinício de jogo mais equilibrado, os comandados de Moreno continuaram a vislumbrar atalhos para a baliza contrária e, numa dessas situações, beneficiaram de um penálti, polémico, aos 58: num lance entre Paulo Grilo e Maguinha, o árbitro Anzhony Rodrigues entendeu que o médio aurinegro derrubou o lateral vitoriano, ao mesmo tempo que cortou a bola. Serginho voltou a brilhar, ao travar a conversão de Gonçalo Gomes, mas nada pôde fazer perante a recarga certeira do extremo.

Após o segundo golo, o relvado da Pista de Atletismo Gémeos Castro tornava-se um lugar mais confortável para a turma vestida de branco. Na última meia hora, as alterações sucederam-se e o ritmo decaiu, face à incapacidade forasteira em desequilibrar a retaguarda vitoriana e, desse modo, reentrar no jogo. As oportunidades começaram a desvanecer-se num jogo com um desenlace sem sobressaltos, não deixando dúvidas quanto à supremacia do vencedor.