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Uma Breve História dos Jogos Olímpicos: da antiguidade à era moderna

Todos os assuntos ficavam, no mundo helénico, em suspenso”. A importância era tal que “interrompia-se até a guerra, por motivo das Olimpíadas”.

16 julho 2021 > 15:00

Considera-se que a primeira edição dos Jogos Olímpicos aconteceu em 776 a.C., embora se reconheça que eventos semelhantes possam ter acontecido no ano de 1253 da mesma era. É a partir desse dado histórico preciso mais antigo – 776 a.C. – que se parte à descoberta de eventos que eram “um incomparável cimento de ligação entre os povos”, como escreveu Pierre Michel. As descobertas históricas e os registos escritos que sobreviveram à passagem do tempo permitem-nos vislumbrar a dimensão dos Jogos Olímpicos da antiguidade. O escritor Pierre Louyis, citado por Pierre Michel, descreveu-os desta forma: “quando, após quatro anos de silêncio e abandono, a cidade dos jogos e dos templos se aprestava para a festa sagrada, todos os assuntos ficavam, no mundo helénico, em suspenso”. A importância era tal que “interrompia-se até a guerra, por motivo das Olímpiadas”.

Foram rigorosamente organizados, de quatro em quatro anos, até 394 d.C., quando o imperador romano Teodósio I, com o cognome O Grande, decidiu extingui-los. O governador responsável por instituir o cristianismo como religião oficial do império considerou que os Jogos Olímpicos, uma criação da Grécia Antiga, eram um resquício do paganismo e, por essa razão, não tinham lugar no seio de uma sociedade que se pretendia seguidora dos princípios cristãos. Foi assim que, quase 12 séculos e 293 edições depois, os Jogos Olímpicos foram abolidos.

Só no século XIX é que a ideia renasceu, fruto do entusiasmo provocado pelas pesquisas arqueológicas que permitiram, através das ruínas descobertas de Olímpia, conhecer as instalações que serviram os antigos Jogos Olímpicos. Pierre de Fredy, barão de Coubertin, tinha a ambição de deixar um legado grandioso. Por esta razão, e por acreditar nos valores olímpicos, entregou-se a reinventá-los. O Comité Olímpico Internacional foi fundado em 1894.

Dois anos depois, em 1896, o rei Jorge da Grécia anunciou: “declaro inaugurados os Jogos da primeira olimpíada da era moderna”. Ouviu-se um canhão e pombos foram soltos. Foi assim que em Atenas, Grécia, em homenagem à antiga civilização que lhes deu origem, recomeçaram, pela mão do barão de Coubertin e da sua equipa, os Jogos Olímpicos. Ficou determinado que iam organizar-se a cada quatro anos em cidades diferentes.

Dentro de poucos dias, em Tóquio, enquanto o mundo ainda está mergulhado numa pandemia, começam os primeiros Jogos Olímpicos a encerrar um ciclo de cinco anos. Trata-se da 32.ª edição da era moderna. A sede é a mesma de 1964, ano em que as olimpíadas aconteceram pela primeira vez na Ásia. Têm sido feitos esforços para cumprir a missão de levar a competição a pessoas de diferentes lugares do mundo. No fundo, este foi o princípio norteador que conduziu os precursores olímpicos à decisão de escolher uma sede diferente a cada quatro anos. Desde 1896, 23 cidades de 20 países diferentes foram anfitriãs. Em 2016, no Brasil, foram realizados pela primeira vez na América do Sul. O crescente número de modalidades, que se reflete no crescente número de atletas – são esperados mais de 11 mil em Tóquio –, a par do desejo de cada organização querer superar a grandiosidade da anterior, aumenta a complexidade do evento. É notório que cada vez menos países têm capacidade de os organizar: as três edições que se vão realizar entre 2020 e 2028 têm lugar em sedes repetidas.

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