Um clube com gente dentro: a história de António Pedro Magalhães
Criada na década de 90, na piscina dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, a ligação ao polo aquático levou o antigo jogador ao Vitória e ao topo da modalidade nos últimos quatro anos.

Foi preciso um compasso de espera após se esgotar o tempo para “cair a ficha” a António Pedro Magalhães. “O jogo correu muito bem. Estivemos sempre em vantagem. Acabámos por ser campeões. No fim, é que me caiu a ficha e percebi: “Sou campeão nacional. Como é que isto é possível?”, relata ao Jornal de Guimarães. Desde então, o Vitória sagrou-se campeão por mais duas vezes e prepara-se para competir na Liga dos Campeões pela segunda ocasião.
O ex-diretor do polo aquático vitoriano relata as sensações vividas a 15 de junho de 2019, dia em que o Vitória conquistou o primeiro título nacional de polo aquático, após derrotar o Povoense por 10-6, no terceiro e decisivo jogo da final. António Pedro teve de substituir o treinador João Pedro Santos no banco, mas estava “tranquilo” quanto ao desfecho, porque sabia que tinha a seu cargo a “melhor equipa”.
Esse dia em que as Piscinas Municipais de Guimarães se “encheram de gente” – cerca de 200 pessoas – foi o auge de uma ligação à modalidade que perdurava desde 1995, então através dos Bombeiros Voluntários de Guimarães (BVG). A crise financeira que assolou a entidade em 2001 levou os responsáveis pelo polo a procurarem o Vitória, que deu a luz verde em 2003.
Desde então construiu-se um projeto “sem dar passo maior do que a perna”, com a contratação do treinador sérvio Elin Berbic a alimentar a melhoria da formação, departamento que evoluiu até sustentar, por si só, a equipa principal na 1.ª Divisão. O acréscimo de qualidade resultou de um investimento de 2018, em atletas habituados a competir pelo topo, mas a formação não pode nunca ser preterida.
“Na direção do Emílio Macedo da Silva, cortou-se as verbas. Ficámos só com a formação e mantivemos a equipa na 1.ª Divisão. Temos sempre de pensar que a formação está à espreita para jogar, porque, de hoje para amanhã, podemos não ter capacidade financeira para jogadores de fora”, recomenda.