Um café da Colômbia para aquecer um Vitória a resfriar há quatro jogos
Óscar Estupiñan marcou dois golos, Rochinha começou a remontada. O Vitória até esteve a perder, mas o Afonso Henrique voltou a ser talismã. Depois de quatro jogos sem ganhar, os aguardados três pontos

A receita de Pepa estava dada: para o Vitória inverter o ciclo negativo de quatro jogos sem ganhar seria preciso juntar à “intensidade e entrega” de Portimão ingredientes como “paixão” e “alegria”. Não atamancar era o principal objetivo: os três pontos permitiam a aproximação à Europa e davam alento para o devir. No entanto, quem se deslocou ao Afonso Henriques viu 45 minutos pastosos e, apesar de sondar a baliza adversária, faltava a acutilância – que os forasteiros tiveram. Perto da meia hora, Romário Baró é vertical, descobre a diagonal de Franco e estava feito o golo. Sentenciava o 14.º jogo seguido a sofrer e encaminhava o jogo para um percurso nada favorável. Mas o melhor estava guardado para o segundo tempo: dois golos permitiram aos conquistadores voltar a sorrir. Resultado final: 3-1.
O filme da primeira parte conta-se rapidamente e não foi estreia absoluta. O Vitória assumiu as rédeas, circulava a bola no meio campo adversário, só que faltava norte à equipa de Pepa. As ameaças escassearam, mas os conquistadores até se podem queixar da sorte: em 45 minutos, duas bolas aos ferros. Primeiro foi Alfa Semedo a rematar de meia distância e acertar com estrondo no travessão; depois, já com o Vitória em desvantagem, Janvier cruza da direita, a bola sobrevoa a área, encontra Lameiras sozinho na esquerda e o médio remata cruzado contra o poste.
Pepa não esperou por qualquer sinal do onze que lançou de início e lançou imediatamente Rochinha para o ataque ao segundo tempo. Há cinco jogos seguidos a pontuar em casa – 14 dos 24 pontos conquistados foram amealhados no Estádio D. Afonso Henriques –, o Vitória tinha três quartos de hora para dar a volta ao texto.
Sem conseguir criar oportunidades flagrantes nos primeiros dez minutos, Pepa mexe novamente: André Almeida e Bruno Duarte rendem Mumin e Rúben Lameiras. E à hora de jogo o público desperta. E que despertar. Rochinha cavalga no meio campo do Estoril, puxa o pé atrás e remata fora de área sem hipótese para Tiago Silva. O Vitória ganhava ânimo e, alavancado pelo Afonso Henriques, partia mais determinado no ataque à baliza adversária. Prova disso: um par de minutos depois do golo, Edwards descobre Rochinha na área, mas o atacante de 26 anos atira à figura do guardião estorilista. Mas não foi preciso esperar muito para a “remontada”. O suspeito do costume, Óscar Estupiñan, aproveita uma carambola vinda de uma incursão de Rafa Soares e remata no coração da área para o 2-1.
O 7.º golo do colombiano ia dando vantagem ao Vitória, que reagiu bem às mexidas de Pepa. No entanto, foi a turma canarinha a dar sinal de vida: na sequência de um canto, Ferraresi acerta no poste da baliza desta vez defendida por Trmal – Bruno Varela testou positivo à covid-19 e falhou o jogo – para alívio dos 7.745 vitorianos presentes no estádio. O Estoril aproximou-se, causou calafrios, mas não conseguiu incomdoar a defensiva vitoriana. E desta vez os vitorianso nem tiveram de sofrer nos descontos: arrancada de Ewadrds aos 92, cruzamento, e novamente Óscar no sítio certo.
Com este resultado, o Vitória cola-se ao Gil Vicente no 5.º posto, ainda que com mais um jogo, e ultrapassa a equipa da Linha na tabela. Na próxima jornada, um Vitória com 27 pontos desloca-se ao terreno do vizinho Vizela.