Últimos três arguidos do caso Marega pagam mil euros ao Estado
Despacho do Tribunal de Guimarães determinou suspensão provisória do processo por 12 meses, com arguidos a admitirem insultos, embora não de teor racista.

Os três últimos arguidos do Caso Marega têm de pagar mil euros ao Estado num prazo de três meses, estão proibidos de aceder a recintos desportivos durante um ano, têm de se apresentar na esquadra da polícia sempre que o Vitória jogue e ainda de escrever um pedido de desculpas ao avançado de 30 anos e também ao emblema vitoriano, a ser publicado no Desportivo de Guimarães. Essas são as sanções decretadas pelo Tribunal de Guimarães, que suspendeu provisoriamente o caso por 12 meses, refere o Jornal de Notícias na edição desta segunda-feira.
O diário explica que a solução provisória se aplica a “crimes de menor gravidade”, em que os arguidos se livram da acusação “a troco de condições ou injunções que o Ministério Público propõe e que o juiz de instrução criminal tem de aceitar”. Ou seja, o despacho de 13 de setembro determinou que o caso terminou sem quaisquer acusações ou condenações das pessoas constituídas arguidas.
Segundo o que o Jornal de Notícias apurou, os arguidos reconheceram durante o processo ter insultado Moussa Marega no jogo entre o Vitória e o FC Porto, de 16 de fevereiro de 2020, que os azuis e brancos venceram por 2-1, para a 21.ª jornada da Primeira Liga. O internacional maliano deixou o relvado aos 71 minutos, alegando ter sido alvo de insultos racistas provenientes das bancadas do Estádio D. Afonso Henriques. Apesar de admitirem os insultos, os três visados negam o teor racista dos mesmos.
Para determinar a suspensão provisória do processo, o procurador do Ministério Público teve em conta a “jovem idade dos arguidos”, o “facto de não terem antecedentes criminais” e o “arrependimento assumido”, concluindo que, num eventual julgamento, as penas seriam “de conteúdo e natureza muito idênticas” às sanções aplicadas.
Conhecido o desfecho quanto ao processo com arguidos do caso Marega, resta agora saber quais as conclusões dos recursos interpostos pelo Vitória após os cinco jogos à porta fechada que lhe foram aplicados pela Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD).
Num despacho de 20 de outubro de 2020, a APCVD puniu o Vitória com uma “sanção acessória de realização de três espetáculos desportivos à porta fechada, com início do cumprimento da sanção após regresso do público aos espetáculos desportivos” e com uma multa de 55 mil euros, cujo desfecho ainda não é conhecido, já que os vimaranenses recorreram da decisão.
A autoridade presidida por Rodrigo Cavaleiro sancionou o emblema de Guimarães com mais dois jogos à porta fechada e uma multa de 13 mil euros, devido a “factos ocorridos” nos jogos com o Sporting de Braga, de 10 de novembro de 2019 (derrota vitoriana por 2-0), e com o Benfica, de 04 de janeiro de 2020 (derrota por 1-0). Essas sanções também foram alvo de recurso pelo Vitória.