Tricampeão: reação titânica coroa o Vitória a 16 segundos do fim
A perder por 5-0 no fim do primeiro período, o Vitória embarcou numa reação hercúlea que se revelou bem sucedida a 16 segundos do fim. A hegemonia vitoriana no polo consolida-se.

Desde o outono de 2018, tempo em que o projeto vitoriano para o polo aquático se robusteceu, as contas são simples de se fazerem: duas vitórias na Supertaça, uma na Taça de Portugal, uma presença na Liga dos Campeões e três campeonatos nacionais, o mais recente deles conquistado este domingo, de forma dramática.
A equipa de Vítor Macedo perdia por 5-0 no fim do primeiro período, esteve com uma desvantagem de seis golos no segundo (8-2), mas porfiou, colocou trancas na sua baliza e aproximou-se do adversário passo a passo até completar a reviravolta a 16 segundos do fim, numa grande penalidade convertida por Pedro Sousa. Nas piscinas de Lordelo do Ouro, no Porto, os homens de touca preta e branca tiveram de percorrer o caminho das pedras na última etapa que os separava do êxito, mas conseguiram-no. À campeões!
Dificilmente o primeiro quarto do jogo poderia ter decorrido pior para o Vitória. Depois de cometer um penálti aos 30 segundos de jogo, falhado por Tiago Parati desperdiçou, a equipa de Vítor Macedo cometeu nova infração para castigo máximo ao fim de um minuto e 40 segundos de jogo; nessa segunda chance, Tiago Parati bateu Carlos Gomes e abriu as portas para uma sucessão de golos que praticamente decidiu o encontro.
Contratado especificamente para a final, David Mandriano fez o 2-0 com 05.14 minutos por se jogarem, antes da equipa portuense chegar à mão cheia de golos no último minuto e meio do período, por Diogo Pinto, David Madridano, a bisar, e Manuel Cardoso, a nove segundos da pausa.
A partir daí, não bastava equilibrar a contenda com o Fluvial. Era preciso anular um prejuízo avultado. O Vitória finalmente emergiu com uma versão capaz de se impor ao adversário no início do segundo período, ao marcar dois golos nos primeiros três minutos, por João Costa. A mão de David Madridano revelou-se novamente certeira, 30 segundos depois, e lançou o Fluvial para uma série de três golos seguidos, antes de Rui Ramos encurtar a desvantagem para 8-3 a pouco mais de um minuto do intervalo.
A defesa vitoriana revelou-se ainda mais coesa no terceiro período, ao manter a baliza inviolável. Na outra extremidade da piscina, Salvador Lopes marcou em superioridade numérica e Pedro Cunha fez o 8-5, deixando o Fluvial à mercê de três golos no último quarto do jogo, por forma a obrigar o desempate por grandes penalidades, no mínimo.
Mas o Vitória teve um arranque como precisava para reabrir a discussão do jogo. João Costa fez o seu terceiro golo decorridos pouco mais de 30 segundos e Rui Ramos fixou a diferença mínima um minuto depois, aproveitando a exclusão de David Mandriano.
A partir daí, o resultado permaneceu teimosamente inalterado, até que as exclusões de David Mandriano e de Cláudio Bastos abriram os espaços necessários para Rui Ramos marcar pela terceira vez e igualar a oito pontos, quando o cronómetro assinalava 35 segundos por se jogarem.
Nesses últimos suspiros, o embate poderia cair para qualquer lado e surgiu uma grande penalidade para o lado vitoriano. Pedro Sousa não enjeitou a oportunidade. Depois de um primeiro encontro decidido nos penáltis, o segundo decidiu-se com um penálti. Na marca do castigo máximo, o Vitória foi carrasco do Fluvial, equipa que nunca se sobrepôs aos vimaranenses, nos seis duelos entre as equipas ao longo da temporada.