As atletas que ostentam a imagem de D. Afonso Henriques disputaram os últimos minutos da final como se ainda fosse possível erguer a Taça de Portugal. A crueza do resultado demonstrava, porém, que o feito era impossível. O Vitória correu em busca do prejuízo em toda a segunda parte. Nesses 20 minutos, até igualou os pontos do Benfica; ambas fizeram 40.

O problema foi a primeira parte, nomeadamente o segundo período. Nos primeiros 10 minutos, a equipa de Rui Costa colmatou as dificuldades em chegar ao cesto com o rigor defensivo, limitando a desvantagem a oito pontos (15-7), mas, no segundo período, até a consistência na proteção à sua tabela ruiu. A entrada das encarnadas Marta Martins e Mariana Silva, que até foi a MVP da final, com um duplo-duplo (23 pontos e 10 ressaltos), confundiu os posicionamentos defensivos das vitorianas e os pontos sucederam-se. O fosso cresceu até aos 22 pontos no intervalo (45-23). A hipótese de erguer a Taça era então ínfima.

As vitorianas apareceram na segunda parte com renovada agressividade defensiva e maior pontaria no ataque, encurtando a distância para 13 pontos nos cinco primeiros minutos do terceiro quarto. Além disso, Laura Ferreira, uma das melhores defensoras do Benfica, estava arredada do jogo, face à quinta falta cometida. A turma de Guimarães estava melhor, mas a incapacidade em ganhar ressaltos, defensivos e ofensivos, foi o calcanhar de Aquiles que travou a recuperação. Essa diferença está patente nas estatísticas: mais eficaz nos lançamentos de campo (45% contra 37%) e nos lances livres (78% contra 71%), o Benfica também ganhou mais ressaltos (47 contra 30).

O marcador fixava 61-47 no final do terceiro período, mas a vantagem encarnada alargou novamente nos últimos 10 minutos. A insistência vitoriana, principalmente de Catarina Mateus (18 pontos e seis assistências) e de Alexandra Mollenhauer (15 pontos e sete ressaltos), foi insuficiente para quebrar a eficaz ligação entre Joana Soeiro, base de técnica apurada que somou 17 pontos, cinco ressaltos e seis assistências, e Mariana Silva, bem como os ressaltos de Altia Anderson (10). A margem fixou-se novamente nos 22 pontos, não havendo quaisquer dúvidas quanto ao desfecho: o Benfica tornou-se no 15.º clube a vencer a Taça de Portugal feminina perante um Vitória que já acumula duas finais, mas, para já, nenhum título.

O Vitória regressa à competição no próximo fim de semana, deslocando-se a Sintra para defrontar o Queluz, em jogo da Liga Skoiy agendado para as 15:30 de domingo. A formação de Rui Costa ocupa o quarto lugar, com 14 triunfos e quatro derrotas. Restam quatro jogos para concluir a fase regular da prova.