Sá Pinto: «Finalmente hoje foi um dia com as coisas a nosso favor»
Treinador do Moreirense analisou o momento do Moreirense, dizendo que a “desconfiança” acabou. Agora, para o play-off “é outra realidade”.

O Moreirense conseguiu “uma pequena vitória” frente ao Vizela, evitando a despromoção ao segundo escalão e garantindo a disputa com o play-off com o terceiro classificado do segundo escalão, que fica definido na manhã deste domingo.
“A equipa tem apresentado bons momentos, mas não tem sido regular e não tem conseguido os resultados que gostaria, que alimentam. Hoje jogámos com uma pressão enorme, não tínhamos mais margem, tivemos a felicidade de o Boavista empatar com o Tondela. Finalmente hoje foi um dia com as coisas a nosso favor. A manter este nível vamos fazer dois grandes jogos com quem apanharmos no play-off. É a imagem do treinador que têm, tem de ser a imagem da nossa equipa. Todos estiveram bem, fizeram um grande jogo sem os erros que nos acontecem. Quando assim é flui, que foi que aconteceu”, disse o técnico na sala de imprensa do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
Considerando o triunfo como “justíssimo”, para já trata-se de uma “pequena vitória”, o técnico vira-se já para o play-off: “Demos o passo mais difícil, porque não dependíamos de nós e agora dependemos. É outra realidade. Dá-nos uma capacidade de preparar bem estes jogos de forma física, mental e estratégia. A vitória dá ânimo, alegria e estimula tudo o que de bom temos de sentir. Felizmente conseguimos fazer um grande jogo”.
Apesar de a vitória dar ânimo, o treinador pede cautela, porque as equipas que estão a lutar pelo play-off têm valor. “Vamos defrontar uma equipa de 2.ª Liga, mas para mim são equipas de primeira. Isto é um perigo. Estávamos a precisar de descomprimir, mas amanhã acabou. Já tenho muitos anos de futebol, como jogador, como treinador, e sei como isto é. Não queremos ser nós chorar essa oportunidade, vamos ter de agarrar com tudo o que temos. Alertas não faltam, não vamos desperdiçar por falta de empenho. Os próximos dois jogos têm de ser à imagem de hoje”, apontou.
De resto, o treinador justificou-se pela atitude que teve no final do jogo ao festejar perante os adeptos do Vizela: “Sou emocional. Tenho respeito por toda a gente, gostos das gentes de Vizela. Nas, há uma coisa que me deixa triste. Podemos ser rivais, mas entre vizinhos estar a festejar os golos dos outros para descermos de divisão? Prefiro ter sempre o rival e vizinhos perto para estes dérbis. Há um exemplo, a Real Sociedade e o Bilbau, que nem se podem ver, mas se tiverem quer apoiar alguém para descer ou subir prefiro aquele que é meu vizinho, do que ser um estrangeiro. Não é para ajudar, não quero ajudas, a verdade desportiva acima de tudo. Mas, não gostei da postura de festejar os golos adversários contra nós. Emocionalmente não resisti, confesso. Doeu-me, não é nada contra Vizela e contra as pessoas de Vizela, até gosto de ir lá jantar e almoçar, mas não gostei daquele posicionamento. Não gostei também quando os nossos adeptos começaram com “olés”. Foi uma reação a um ato que não gostei”.