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Rui Silva – Tóquio 2020

Nos últimos anos, o vimaranense ganhou destaque nas melhores equipas nacionais e é indiscutivelmente uma referência que figura entre os maiores do desporto nacional.

22 julho 2021 > 18:08

Da Comitiva Olímpica Vimaranense que vai viajar para Tóquio, Rui Silva é o único estreante e o único que não vai competir em nome individual. O andebolista natural de Guimarães vai viajar com 14 colegas de equipa e dar continuação à jornada épica que inicialmente agitou e depois emocionou o desporto português. Os heróis do mar que compõem o tecido desta seleção nacional têm muitas histórias para contar depois de tudo o que se passou nos últimos dezoito meses.

Em janeiro de 2020, despertaram atenções os homens portugueses que, depois de uma ausência de 14 anos do Campeonato Europeu, conseguiram a melhor classificação lusa de sempre na competição: o 6.º lugar. A passagem às meias-finais ainda pareceu possível, mas não se concretizou. Um ano – e uma pandemia – depois, o Egito, anfitrião do Mundial 2021, foi palco da mais brilhante participação portuguesa no histórico da prova ao culminar no 10.º posto. Em 2003, ano em que calhou a Portugal organizar o torneio – que passou por Guimarães –, Portugal não tinha ido além da 12.ª posição. Rui Silva, atleta natural de Guimarães, não costuma esconder a satisfação quando diz que este percurso da seleção começou precisamente no berço, o que é seu e da nacionalidade. Em abril de 2019, no jogo de apuramento para o Campeonato da Europa, Portugal venceu a poderosa França por 33-27. O jogo aconteceu no Multiusos de Guimarães. No histórico de trinta confrontos entre as duas seleções, este triunfo foi apenas o segundo da seleção das quinas. Em pleno momento de renascimento, a tragédia abateu-se sobre o andebol português. Será sempre injusto contar esta história sem mencionar Alfredo Quintana. O guarda-redes do Futebol Clube do Porto e da seleção nacional fez e faz parte do percurso deste percurso. Em fevereiro, quando se preparava para iniciar um treino no Dragão Arena, sofreu uma paragem cardiorrespiratória e faleceu quatro dias depois.

Volvido um mês sobre a tragédia, a seleção portuguesa entrou em jogo novamente para defrontar a França. Desta vez estava em discussão o apuramento olímpico. Só havia uma possibilidade para a equipa das quinas: vencer. Num jogo disputado, dinâmico e com as emoções compreensivelmente a aparecerem com facilidade, o último momento foi daqueles que não podem ser reproduzidos em filme sob pena de o espetador apontar o dedo para dizer que parece demasiado rebuscado, um final inventado para nos reconfortar.

No entanto, aqueles segundos foram reais. Uma bola perdida por um jogador gaulês deu origem a um contra-ataque conduzido por Rui Silva. Imparável, percorreu o terreno de jogo e, em frente à baliza, levantou o braço direito, fez o golo e materializou a participação da seleção nacional de andebol nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Minutos depois, o atleta vimaranense revelou que naquele braço estava tatuado o rosto de Alfredo Quintana. Começou naquele momento a história olímpica de Rui Silva, ainda antes de pisar solo nipónico.

Nos últimos anos, o vimaranense ganhou destaque nas melhores equipas nacionais e é indiscutivelmente uma referência que figura entre os maiores do desporto nacional. Por influência da família, começou a praticar andebol no Desportivo Francisco de Holanda. Na última época em que representou o clube da cidade que o viu nascer, em 2009/2010, foi fundamental para a conquista da Taça de Portugal, troféu inédito no palmarés do clube. Passou pelo Sporting Clube de Portugal e agora representa o Futebol Clube do Porto. A essa Taça de Portugal, juntaram-se mais cinco e duas edições da Supertaça. Na última temporada desportiva sagrou-se bicampeão nacional.

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