Um dos embates ditados pelo sorteio da quarta eliminatória da Taça de Portugal coloca frente a frente os vizinhos Vitória SC e FC Vizela, formações do escalão maior do futebol nacional. Marcado para o intervalo entre 08 e 10 de novembro, o duelo será o terceiro entre os clubes da sub-região do Ave para a prova rainha.

Nas partidas anteriores, o emblema que ostenta a imagem de D. Afonso Henriques militava já na 1ª Divisão, enquanto o clube que tem como símbolo a escultura “Vizela Romana”, por norma designada de “rainha”, jogava nos escalões inferiores.

O primeiro encontro para a Taça foi também o primeiro de sempre entre os clubes, um dérbi concelhio à época: decorreu no Campo Agostinho de Lima, o antigo recinto do Vizela, a 09 de março de 1969, para os 16-avos de final da competição.

A equipa da casa destacava-se na 3.ª Divisão Nacional e caminhava para uma subida que se veio a confirmar no final da época. Os vitorianos assinavam o melhor campeonato de sempre - viriam a ser terceiros, a três pontos do campeão Benfica – e golearam o vizinho por 5-1.

Extremo em destaque ao longo da temporada, Zezinho marcou dois dos golos vitorianos, tendo a companhia de Manuel, Mendes e Augusto. Para o Vizela, marcou Pateta. Na edição de 15 de março de 1969, o Notícias de Guimarães escrevia sobre o “triunfo indiscutível do Vitória, numa bela jornada amizade”, enaltecendo o “carinho” com que a comitiva vitoriana foi então recebida na designada “rainha das termas”.

À segunda, uma reviravolta

Os clubes reencontraram-se 23 anos depois, mas no atual estádio do FC Vizela, para a quarta eliminatória da edição de 1992/93, época de campeonato modesto por parte do Vitória (11.º lugar) e de luta pela subida à 2.ª Divisão por parte do Vizela – foi vice-campeão da Zona Norte da 2.ª B, atrás do Leça.

Era domingo, era dia de Pinheiro, e o equilíbrio foi outro, com os azuis e brancos a inaugurarem o marcador, por Mário, ao minuto 24. A vantagem vizelense foi, porém, sol de pouca dura, já que Artur Jorge igualou no minuto seguinte. Aos 79, Dane fixou o 2-1 final que permitiu ao Vitória seguir em frente, até às meias-finais, nas quais seria eliminado pelo Benfica. Na edição de 04 de dezembro de 1992, o semanário Povo de Guimarães dava os “parabéns” ao Vizela pela “réplica” que deu, estando dois escalões abaixo no futebol luso.

O terceiro round está para breve e dar-se-á no Estádio D. Afonso Henriques, entre dois vizinhos que agora são também adversários no campeonato.