Quando é Taça a história é igual: mais um dérbi, mais um triunfo cónego
Quatro embates para a Taça de Portugal, quatro triunfos do Moreirense. O Vitória está fora da Taça de Portugal, depois de uma derrota por 3-2 em Moreira de Cónegos. Esteve 3-0 até perto do minuto 90.

Passados mais de 20 anos desde o último embate para a prova rainha do futebol português, Vitória SC e Moreirense acrescentaram mais um tomo a uma narrativa que se repete: sempre que o duelo é para a Taça o Moreirense sai por cima. Este domingo, em pleno Comendador Joaquim de Almeida Freitas, a história recalcou-se pela quarta vez. Os cónegos eliminaram o Vitória SC com um triunfo por 3-2.
Desenhada com ajuda de regra e esquadro – o segundo golo da formação de Moreira de Cónegos foi sintomático da acutilância ofensiva dos da casa – a narrativa da vitória ficou decidida sem ser preciso “terceiro ato”: ao intervalo o resultado era 2-0 e apesar de o Vitória SC chegar com mais perigo à baliza defendida por Pasinato, só obrigou o guardião brasileiro a aplicar-se uma vez.
Numa espécie de “revanche”, a turma de João Henriques parece ter afinado a pontaria e se no último jogo para o campeonato ficou a dever a derrota pela margem mínima à falta de eficácia, as contas foram outras. Primeiro aviso: aos 19’, Filipe Soares encontra Camará na área, o guineense toca curto para Yan Matheus e o brasileiro remata cruzada para o primeiro golo. A partir daqui, o Vitória cresceu e testou várias vezes a atenção de Pasinato. No entanto, a segunda parte não acabaria sem o segundo aviso do Moreirense. E por aviso, diz-se golo: numa jogada construída à entrada da área, Pires pica a bola, Filipe Soares ajeita e Matheus faz novo golo.
Pepa olhou para o banco e para tentar resgatar a equipa de um jogo mais mastigado no início do segundo tempo faz tripa alteração: Rafa Soares (Hélder Sá), Edwards (Gui) e Quaresma (Lameiras) são lançados para agitar a partida.
E a partida agitou mesmo, mas para gáudio dos adeptos do Moreirense. De bola parada, à entrada da hora de jogo, Steven Vitória responde da melhor forma a um canto batido da direita e faz o 3-0. O triunfo que escapava ao Moreirense desde 2017 em dérbis concelhios materializava-se com a passagem dos minutos.
O placard só não mexia porque Bruno Varela foi chamado a mostrar serviço para parar um Moreirense na mó de cima. Camará (73’) e André Luís (75’) ameaçaram, com o Moreirense cada vez mais confortável e a aproveitar o desnorte vitoriano.
Com o desvanecer progressivo do Vitória, o Moreirense geria, cómodo, o que restava. Perante 2234 adeptos – 1200 deles vitorianos – os cónegos firmaram-se como a única equipa do concelho ainda presente na Taça de Portugal. Para os forasteiros, ficam o golo de Rochinha e de Rafa Soares, ambos já muito perto do final do jogo e sem que o triunfo dos homens da casa parecesse em perigo. O Vitória fica de fora na 4.ª eliminatória, tal como aconteceu na temporada 2020/2021.