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Pró Nacional: Ronfe desce, Torcatense na expetativa. Balanço dos ‘misters’

Balanço da prestação das equipas de Guimarães no Campeonato Pró Nacional. Declarações dos treinadores sobre uma época em que o Ronfe desce de divisão, o Torcatense está na expetativa e o Brito passeou

18 abril 2022 > 15:00

A Série B do Campeonato Pró Nacional da AF Braga terminou este sábado com a derradeira jornada. Se várias equipas já tinham a sua classificação definida, as principais emoções prenderam-se, como se perspetivava, na cauda da tabela, com quatro equipas vimaranenses a lutarem pela fuga aos lugares de despromoção.

O sabor amargo da descida coube ao Desportivo de Ronfe, que foi goleado em Ponte por cinco bolas a zero. A tarefa, já se sabia, era extremamente complicada, estando dependente de uma conjugação difícil de resultados, mas a derrota não deixou margem para dúvidas, confirmou-se o antepenúltimo lugar, não sendo necessário recorrer à calculadora. Na próxima época o Ronfe vai disputar novamente Divisão de Honra.

Na expetativa está o Torcatense. Durante muito tempo o clube de São Torcato esteve mergulhado nos últimos lugares, assinou uma ponta final com vários resultados positivos e conseguiu ficar acima do Ronfe, no 11.º lugar. Um lugar que pode ditar a descida, dependendo das equipas que vão descer do Campeonato de Portugal. O Torcatense perdeu nas Taipas no último jogo da época, 3-2, até esteve em vantagem, mas faces aos resultados o triunfo de nada valia.

Ainda nesta luta pela manutenção, o Sandinenses venceu o seu derradeiro jogo do campeonato, em São Paio, assegurando o oitavo lugar com 33 pontos. Com menos um ponto, o Serzedelo, que tinha aspirações de subida, acabou por ser a derradeira equipa que conseguiu um lugar acima dos lugares de despromoção, ficando em décimo mesmo tendo perdido frente ao Joane (4-2) na última jornada.

Ponte, a revelação de uma série em que o Brito passeou

Na primeira metade da tabela, três destaques positivos por motivos diferentes. O Brito sagrou-se campeão desta série, mesmo perdendo em Arões no último jogo, jogando agora com o Dumiense o acesso aos campeonatos nacionais. Apesar de a subida estar, oficialmente, dependente desse duelo a dois jogos entre os dois emblemas, vários fatores fazem acreditar que ambos estarão no Campeonato de Portugal na próxima época.

O Brito passeou-se por esta série, desde cedo conseguiu uma margem confortável para a concorrência, e apenas consentiu duas derrotas, uma delas na última jornada, quando tem pela frente ainda as decisões da Taça AF Braga e a ‘final’ do campeonato.

Outro destaque positivo é o Ponte, que ficou no terceiro lugar, naquela que é a sua melhor prestação de sempre neste escalão. O triunfo 5-0 na despedida da temporada atesta uma boa época do conjunto da Vila de Ponte.

No sétimo lugar, a carreira do Taipas merece destaque pelos problemas que o plantel atravessou, nomeadamente suspendendo os treinos devido a pagamentos em atraso. Ainda assim, a equipa de Tiago Mota acabou a época sem sobressaltos, na primeira metade da tabela e com um triunfo sobre o Torcatense. O Taipas chegou a andar pelo pódio, na primeira fase da temporada, acabando no sétimo lugar.

BALANÇO PRÓ NACIONAL

BRITO | 1.º classificado, 64 pontos (20V, 4E, 2D)
Fizemos uma primeira fase muito positiva, desde o início que queríamos o primeiro lugar; sabíamos que só o primeiro lugar dava acesso a tentativa de subida aos nacionais, sabíamos que ia ser difícil. Quem vê agora a classificação parece que foi muito fácil e que tivemos um passeio, mas a realidade é que tivemos grandes batalhas. Fizemos uma primeira volta praticamente perfeita, tivemos uma força incrível, apenas com um empate, batemos o recorde de golos numa edição do Pró Nacional, numa edição com menos oito jogos. Desde a quinta jornada nunca saímos da primeira posição.

Rui Castro, treinador do Brito

PONTE | 3.º classificado, 46 pontos (13V, 7E, 6D)
“Foi um campeonato extremamente positivo. Ficámos na primeira metade da tabela e conseguimos o terceiro lugar. Se não me engano, é a melhor classificação do Ponte nesta divisão ou equivalente. Sabemos que poderíamos ter feito mais na Taça AF Braga. Isso, sim, deixa-nos alguma mágoa. A partir dessa derrota, tivemos uma quebra significativa de rendimento. Foi normal, porque já tínhamos o nosso lugar praticamente definido. Ficámos cedo com os quatro primeiros lugares praticamente definidos”.

Zé Faria, treinador do Ponte.

TAIPAS | 7.ºclassificado, 36 pontos (9V, 9E, 8D)
“Esta época foi extremamente difícil para nós, desgastante, com alguns problemas que foram tornados públicos e nós merecíamos acabar desta forma. Este grupo trabalhou sempre no limite, com um profissionalismo extremo; esta vitória no último jogo, que para nós não contava para nada, só mostra isso. Sentíamos que podíamos dar a volta ao jogo. A equipa adversária estava desgastada, insegura, e sentíamos que podíamos carregar. Fomos felizes. Noutros jogos não fomos, mas hoje conseguimos”.

Tiago Mota, treinador do Taipas.

SANDINENSES | 8.ºclassificado, 33 pontos (8V, 9E, 9D)
“Foi um campeonato muito difícil, a todos os níveis. Devido à qualidade das equipas e também ao plantel curto e jovem que temos. Tivemos muitas lesões, jogadores que tiveram de se adaptar a este campeonato, jogadores que no ano passado tinham jogado na 1.ª Divisão e tiveram de crescer, jogadores que vieram do Brasil e tiveram a primeira experiência em Portugal. Ou seja, várias situações. Nos últimos meses a equipa apresentou mais madura e com outra capacidade, e conseguimos os nossos objetivos”.

Hugo Xavier, treinador do Sandinenses.

SERZEDELO | 10.ºclassificado, 32 pontos (8V, 8E, 10D)
“Apanhei um contexto muito adverso. À exceção do Brito, que se destacou muito e muito cedo, o campeonato pautou-se pelo equilíbrio. As expetativas eram muito elevadas no início da época, era para lutar pela subida, mas rapidamente se percebeu que não havia qualquer hipótese de sequer andar perto, e o clube começou a desinvestir. Quando chego apanho um plantel psicologicamente muito afetado, destroçado. Mas, lidei com um grupo de homens que tentou tudo para mostrar que tinham mais valor do que estavam a apresentar. Para mim, estes dez jogos, já lhes disse e digo publicamente, tudo fizeram para que correspondessem ao que o treinador estava a pedir. No geral estou muito satisfeito com o que eles fizeram diariamente. Acabou por ser uma época difícil para todos”.

Marco Couto, treinador do Serzedelo.

TORCATENSE | 11.ºclassificado, 29 pontos (8V, 5E, 13D)
“Oficialmente estamos na Pró-Nacional, agora estamos dependentes das equipas que desceram do Campeonato de Portugal. Estou orgulhoso da minha equipa por tudo o que fizemos desde a nossa chegada. Neste último quem perdeu o jogo fomos nós, no banco, transmitimos uma onda negativa para dentro do campo, pois mesmo com uma vitória não dava para saltar mais uma posição na tabela”.

Miguel Magalhães, treinador do Serzedelo.

RONFE | 12.ºclassificado,27 (8V, 3E, 15D)
“Fomos mostrando algumas fragilidades durante a época. Fizemos uma segunda volta boa, demos muita esperança a esta massa adepta incrível, mas a equipa sentiu muito o jogo com o Vieira e era muito difícil a manutenção no último jogo. Era muito difícil, mesmo com uma conjugação de resultados complicada. O futebol não acaba. Há que recuperar este clube e tentar colocá-lo nesta divisão novamente, e seguir de cabeça erguida, porque demos tudo”.

Fábio Oliveira, treinador do Ronfe.

 

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