Prejuízo do Vitória na época passada
Saldo negativo deve-se quase todo à SAD, já que o défice do clube na época transata se ficou pelos 312 mil euros. Conselho Fiscal avisa que a sociedade tem capital próprio negativo de 17 milhões.

A atividade do Vitória SC na época 2021/22 culminou num resultado líquido negativo de 14 milhões de euros no que respeita ao clube e à SAD, mostra o relatório e contas disponível no sítio oficial.
Prestes a ser discutido e votado na assembleia geral de 07 de outubro, o documento comprova que a maioria desse ‘prejuízo’ se deve à atividade da SAD, responsável pelo futebol profissional e pela maioria do futebol de formação, já que o clube, responsável por outras 13 modalidades, se ficou por um saldo negativo de 312 mil euros.
O resultado agregado de clube e SAD traduz um agravamento do saldo negativo de 9,6 milhões de euros com o que o Vitória terminou a época 2020/21, fruto de uma diminuição mais acentuada dos rendimentos totais face aos gastos.
Os minhotos concluíram a temporada 2021/22 com rendimentos totais de 25,92 milhões de euros, verba que traduz uma descida de 12,4% face ao exercício de 2020/21.
Essa diminuição concentra-se na rubrica “outros rendimentos e ganhos” do relatório e contas, associada às transferências de jogadores, dos 17,70 para os 12,53 milhões de euros, de uma temporada para outra. Por outro lado as receitas de quotização apresentaram uma retoma; subiram 42% entre 2020/21 e 2021/22, dos 1,5 para os 2,14 milhões de euros, aproximando-se dos 2,25 milhões de 2019/20, época que se iniciou no período pré-pandemia.
Os gastos de clube e da SAD diminuíram, por seu turno, 1,9%, dos 29,97 para os 29,41 milhões de euros, com a maioria desse valor a destinar-se ao “pessoal”, constituído, em 30 de junho de 2022, por um corpo de 253 funcionários, 114 deles jogadores, inclusive da equipa sub-23, entretanto extinta.
Capital próprio negativo coloca em risco “sobrevivência” da SAD
Já o capital próprio agregado do clube e da SAD do Vitória de Guimarães diminuiu de 18,3 para 4,3 milhões de euros, fruto da queda do ativo, correspondente a todos os recursos das entidades, dos 85,8 para os 62 milhões de euros, e do passivo, dos 67,5 para os 57,9 milhões.
O passivo corrente, que, por norma, engloba todas as obrigações financeiras vitorianas a cumprir no prazo de um ano, aumentou, porém, dos 29,1 para os 38,3 milhões de euros.
O conselho fiscal do Vitória de Guimarães avisa, no seu parecer favorável por unanimidade ao relatório e contas, que a SAD tem um capital próprio negativo de 17 milhões de euros, algo que coloca em risco “a sua própria sobrevivência”.