Pinto Lisboa e a revogação do Cartão do Adepto: “Peca apenas por tardia”
Presidente do Vitória SC não entende a "discriminação negativa dos adeptos" e diz que esta revogação "peca por tardia". A partir de agora há mais "responsabilidade" de todos.

Miguel Pinto Lisboa, presidente do Vitória SC, entende que a revogação do Cartão do Adepto, esta quarta-feira na Assembleia da República, “peca apenas por tardia”. O emblema vimaranense desde a primeira hora assumiu-se contra esta medida, pelo que a revogação agrada ao líder máximo do Vitória.
“Como a generalidade dos clubes e dos adeptos, entendemos que esta medida peca apenas por tardia. Sempre defendemos que os estádios de futebol podem e devem ser frequentados por todas as faixas etárias, por famílias, como qualquer outro desporto e qualquer outro espetáculo”, defendeu Pinto Lisboa em declarações à agência Lusa.
O presidente do Vitória reiterou mais uma vez que não se entende aquilo que considera ser uma “discriminação negativa aos adeptos, em particular aos adeptos do futebol”, justificando que “os estádios de futebol são espaços seguros para que o espetáculo possa ser visto e frequentado por todas as faixas etárias em condições de segurança”.
Pinto Lisboa mostra-se consciente que os problemas existem e “têm de ser resolvidos”, mas reitera que “os problemas de violência associados aos fenómenos desportivos muitas das vezes têm a ver com fenómenos que não resultam diretamente do fenómeno desportivo. resultam muitas vezes de outros fenómenos sociais”.
"Os adeptos tudo farão para colaborar"
O presidente do Vitória acredita que “os adeptos tudo farão para colaborar” para que tudo decorra de forma ordeira, mencionando que “de forma coerente e consistente, os adeptos explicaram e demonstraram o porquê do cartão do adepto não resolver os problemas”.
De resto, Pinto Lisboa é da opinião que a revogação do Cartão do Adepto “vai responsabilizar os clubes, os adeptos e todas as entidades”, em particular o Vitória SC por ter assumido a luta contra a implementação do Cartão do Adepto: “O facto de preconizarmos esta queda do Cartão do Adepto vai-nos dar mais responsabilidade para que tudo corra pelo melhor dentro dos espaços desportivos”.
No entender do líder máximo do clube, outras ações, como o projeto-piloto de prevenção e combate à violência em fenómenos desportivos na nossa região, devem também cair por terra. “Todos; adeptos, clubes e entidades governamentais, estamos imbuídos do mesmo espírito de correção associados aos eventos desportivos. Os eventos desportivos têm de ser acessíveis a todas as faixas etárias e as famílias”, dá conta.
Até ao momento foram emitidos 2949 Cartões do Adepto em Portugal, apenas um no Vitória SC. A implementação do Cartão do Adepto e das ZCEAP (Zonas com Condições Especiais de Acesso e Permanência) teve “custos associados, com a segregação de zonas”, o que implicou “custos importantes para os clubes numa fase difícil”.