Pevidém regressa a casa após hiato de mais de um ano: “Vai ser uma festa”
Cavaleiros recebem este sábado o Merelinense, num Albano Martins Coelho Lima com relvado que parece “tapete de bilhar”, diz presidente. A espera foi “custosa”, admite um dos adeptos, Francisco Sousa.

“Raramente falho”, diz Francisco Sousa, sócio do Pevidém SC e presença assídua no Campo de Jogos Albano Martins Coelho Lima, palco do encontro deste sábado entre cavaleiros de São Jorge e Merelinense, para a sexta jornada da série A do Campeonato de Portugal. A novidade na menção ao recinto, que é, afinal, a casa do emblema azul-celeste, deriva do relvado novinho em folha, pronto a receber competição depois de mais de um ano de portas fechadas ao futebol sénior.
“Já não vamos à nossa casa há mais de um ano. Começámos este Campeonato de Portugal e ainda não jogámos uma vez em casa. É um bocadinho custoso. Os sócios andam um bocadinho desanimados e nem todos acompanham a equipa”, admite o sócio, ligado ao futebol na vila industrial desde a fundação da versão anterior do clube, o Grupo Desportivo de Pevidém, em 1989.
A última vez que o campo acolhera a primeira equipa dos cavaleiros remonta a 25 de setembro de 2021, aquando do jogo da segunda eliminatória da Taça de Portugal diante do Trofense, que os vimaranenses perderam por 3-1. E a última época em que a equipa jogou regularmente no seu campo foi a de 2020/21, com término a 29 de maio de 2021, com a receção ao Anadia.
Nessa altura, já o Pevidém fazia de São Tiago de Candoso a sua casa emprestada: realizou todos os jogos da Liga 3 de 2021/22 na Pista de Atletismo Gémeos Castro, e a mais recente partida do Campeonato de Portugal, diante do Amarante, no campo do Santiago Mascotelos.
Presidente do GD Pevidém em 1999/00, época que assinalou a subida à então 2.ª Divisão B, Francisco Sousa reconhece que jogar na Cabreira, no limite entre as freguesias de São Jorge de Selho e de Gondar é “muito mais agradável”.
“Os jogadores estão ali junto aos adeptos. A Pista Gémeos Castro é um sítio bom, mas tem a bancada muito desviada do relvado. Não há aquela emoção que há no nosso campo”, compara o adepto natural de Oliveira do Castelo, coração da cidade, que se radicou em Pevidém depois de ter ido trabalhar para a Coelima.
O ex-presidente crê então que este sábado “vai ser uma festa”, até pela confiança que deposita na valia da equipa, após o que viu na deslocação a Bragança, para a Taça de Portugal – os pevidenses apuraram-se para a quarta eliminatória, ao vencerem por 1-0 após prolongamento.
“A equipa é fantástica. Para mim, esta equipa é melhor do que a que estava na Liga 3 no ano passado. Gosto mais desta equipa. É uma equipa mais forte, tem mais potência, jogadores mais rápidos”, perspetiva, mostrando-se também agradado com o trabalho do presidente, Rui Machado.
“Parece um tapete de bilhar”
O responsável máximo do Pevidém SC resume assim o sentimento de ver a equipa principal regressar ao Albano Martins Coelho Lima: “Gostamos muito de visitar as pessoas, mas a nossa casa é a nossa casa”.
Descartado o seu uso na Liga 3, já que não cumpria os requisitos da Federação Portuguesa de Futebol para a competição, o antigo campo de jogos da Coelima voltou a ser hipótese para o Campeonato de Portugal, mas o tapete verde era ainda o original, o da inauguração, a 11 de abril de 1999. Obras precisavam-se: “O relvado anterior era o original. Esteve ali mais de 20 anos, com deformações e lombas”.
O dirigente promete assim uma vista diferente a quem se deslocar ao Pevidém – Merelinense deste sábado, marcado para as 15h00: “Parece um tapete de bilhar. A satisfação estende-se aos jogadores. Muitos dos que vieram neste ano nem conheciam as instalações. Treinaram pela primeira vez na quinta-feira e estão todos muito motivados para jogar em casa”.
O “estado de espírito” do Pevidém SC é assim de “regozijo”, até porque o regresso ao Albano Martins Coelho Lima elimina vários dos problemas logísticos da época transata: “A Pista Gémeos Castro era um terreno onde só jogávamos e não treinávamos. Os balneários tinham de ser caracterizados a cada jogo. Isto facilita em muito a logística”, resume.
Os balneários também foram alvo de “mudanças estruturais a nível de tetos falsos”, de “melhorias contra a humidade” e até de “melhorias visuais”, a partir do subsídio de 200 mil euros atribuído pela Câmara Municipal em 2020; o clube ainda “dispõe de tranches dessa verba por utilizar”, esclarece Rui Machado.
Ainda assim, o dirigente reitera de novo o desígnio de um novo recinto desportivo para o Pevidém SC, num outro local da vila; no passado, Rui Machado mencionou as imediações das escolas como uma das opções possíveis.