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Pevidém diz sim à oportunidade de abraçar a glória

A vila industrial festeja a vitória na série B do Campeonato de Portugal, após o empate a dois golos com o São Martinho. Vem aí a luta pela promoção à Segunda Liga.

10 abril 2021 > 19:20

Mal soou o apito final, os jogadores do Pevidém correram desenfreadamente uns para uns outros num abraço que selou um feito para muitos impensável no início da época. Minutos depois, também já se ouviam as buzinas dos carros nas imediações do Parque de Jogos Albano Coelho Lima. A atmosfera dizia tudo: era hora de festa em Pevidém. A equipa venceu a série B do Campeonato de Portugal, assegurou a Liga 3 e pode ainda ascender à Segunda Liga. Os sorrisos rasgados de jogadores e de elementos da estrutura foram o culminar de uma prova em que, aquando do seu início, poucos vaticinavam os homens de São Jorge de Selho como vencedora. 

O resultado, esse, foi de 2-2. O desfecho reflete um domínio vimaranense nos 60 minutos iniciais e uma reação forte do São Martinho que, em 10 minutos, repôs a igualdade. Essa igualdade também permitiu ao clube da Santo Tirso assegurar a quinta posição e consequente passagem à fase de acesso ao futuro terceiro escalão do futebol nacional.

As duas equipas apresentaram-se com expressões de determinação para os 90 minutos mais decisivos da temporada até agora. O minuto três foi de sobressalto para a turma vestida de azul e branco: Tiago Cruz aproveitou uma interceção falhada para se isolar, mas André Preto, rápido a sair da baliza, deu o corpo à bola e desviou-a para canto.

Refeitos do susto, os cavaleiros de São Jorge pegaram nas rédeas do jogo. Nem sempre o fizeram com inspiração, mas a identidade da equipa começou a exprimir-se. Suportado por João André e Emanuel, dois centrais atentos e concentrados a limpar a manobra ofensiva adversária no último terço, o Pevidém começou a ligar o meio-campo e o ataque, exibindo critério no passe, capacidade para aguentar o poder de choque e de impulsão do São Martinho e movimentos para romper a defesa adversária, quer pelo meio, quer pelas alas, sobretudo a direita.

O golo que começou a consumar a história apareceu, contudo, num ponto do relvado mais próximo da ala esquerda: a receção orientada de Costinha a um passe longo de Chico deixou-o de cara para a baliza e posicionado para um tiro cheio de convicção, indefensável para Marçal.

Os pupilos de João Pedro Coelho ficaram ainda mais serenos, circulando a bola no meio-campo e recuperando-a rapidamente na hora da perda. Anularam todos os esboços de reação campense, à exceção de um remate de Tiago Cruz em arco, por cima. 

 

 

Resistir ao susto

A glória ficou ainda mais à mercê dos pevidenses nos primeiros segundos da etapa complementar: Emanuel impôs-se ao segundo poste após livre de Costinha na esquerda e empurrou a bola para o fundo das redes.

Mas a última curva antes da reta da meta reservou ainda um susto à turma de Guimarães: uma alegada mão num emaranhado de jogadores deu a Tiago Cruz a hipótese de reduzir a desvantagem do São Martinho. Na conversão do penálti, o avançado permitiu a defesa a André Preto, mas marcou na recarga. O Pevidém ressentiu-se do golo, começando a perder duelos e a falhar a ocupação dos espaços. O São Martinho, esse, galvanizou-se, instalou-se junto à área contrária e empatou aos 70, num cabeceamento de Alberto Fernandes a responder a cruzamento da esquerda. 

O trabalho de uma época estava em risco de se esfumar em meia hora, face ao ascendente dos comandados de Agostinho Bento. O Pevidém aguentou, porém, os cinco minutos seguintes e o jogo gelou a partir daí. No último quarto de hora, as equipas preocuparam-se mais em não sofrer do que em marcar. Sem qualquer lance de realce junto das balizas nesse período, o Pevidém sentiu que o sonho iria mesmo concretizar-se: uma equipa semiprofissional, que treina ao final do dia, venceu um campeonato com alguns adversários totalmente profissionais. Agora, vem o próximo desafio: lutar pela ascensão ao segundo escalão, onde apenas se pode competir em forma de SAD ou de SDUQ. Para já, o Pevidém não é uma coisa, nem outra. É um clube que desafiou as probabilidades com sucesso.

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