Pepa: “Saímos com uma sensação de derrota”
O timoneiro vitoriano destacou um “jogo emotivo” e de “muita qualidade”, identificou os erros e valorizou a “coragem de jogar”. Para Pepa, o Vitória merecia mais “do que o que o jogo deu”.

No final do encontro entre Vitória SC e SL Benfica a contar para a fase de grupos da Allianz Cup e que terminou com um empate (3-3), Pepa começou por destacar “um jogo emotivo” e de “muita qualidade” disputado por “duas boas equipas”. Desta vez, em contraste com o discurso que apresentou após o confronto para o campeonato, o treinador destaca a sua equipa que merecia “mais do que o que o jogo deu”. Reconheceu os erros, mas também valorizou a capacidade de reação dos seus jogadores: “Da nossa parte muita dificuldade na forma como entrámos; é duro sofrer três golos em quatro remates. A equipa reagiu com qualidade, procurámos e fizemos”.
Foi uma entrada em falso do Vitória na partida. Contados 20 minutos desde o apito inicial, o marcador já apontava uma desvantagem de dois golos: o primeiro apontado por Alfa Semedo na própria baliza e o segundo assinado por Pizzi. Pepa sabe o que correu mal: “Na primeira parte tivemos dificuldades na pressão”. O técnico elabora a ideia e identifica como mais relevantes as carências no “corredor direito”, ineficaz na pressão durante os primeiros 45 minutos. Explica ainda que a qualidade individual dos homens benfiquistas foi prejudicial à estratégia montada: “Queríamos pressionar o Benfica, mas ficámos em situações de homem para homem com jogadores com grande capacidade”.
Na segunda parte, o Vitória mudou “para tentar criar perigo” e acabou por se superiorizar ao Benfica. Eventualmente, as mudanças produziram resultados. Bruno Duarte empatou a partida a menos de dez minutos do apito final e, num dos últimos lances, os vitorianos viram Bruno Varela subir no terreno de jogo e juntar-se aos companheiros na frente. “Um sinónimo de que tudo fizemos”, disse antes de parabenizar os seus jogadores. No discurso de Pepa fica patente a frustração de quem acredita ter feito por merecer mais: “Saímos com uma sensação de derrota, sentimos todos que fizemos por merecer mais, mas o futebol é assim mesmo. Tentámos tudo até ao último minuto, tivemos uma bola na barra, um golo anulado. Fizemos de tudo, não só com motivação, mas com qualidade”.
O golo anulado a Oscar Estupiñan por alegada posição irregular à passagem do minuto 69 não mereceu muitos comentários do timoneiro que percebe que “para eles [equipa de arbitragem] é complicado decidir ao milímetro” e, por isso, “não vale a pena criticar”. No entanto, deixou vincada a sua opinião sobre os jogos desta fase da competição não terem VAR: não está de acordo até porque “estão todos habituados ao VAR e, de repente, temos um jogo de acesso à final de uma competição sem VAR”.
No final, ficou patente a intenção do treinador: valorizar o jogo. E, por isso, virou as atenções para os números que interessam e que não são exatamente o número de golos marcados ao Benfica: esses “valem o que valem”. O que Pepa quer dizer é que “não é normal ter vinte remates contra o Benfica” e que é isso que comprova que “fomos iguais a nós próprios, com muito volume de jogo, sabendo dos riscos que é jogar tão alto e tão subido”. No fundo, remata, “foi ter a coragem de jogar; é simples: se é para perder, vamos perder a tentar jogar e a ganhar”. Com a calculadora por perto e a decisão adiada para o encontro entre SC Covilhã, já arredado da final four, e SL Benfica, obrigado a vencer os leões da serra por uma diferença superior a dois golos, Pepa vive no momento: “estamos em primeiro, depois logo se vê”.