“Paixão, emoção e razão”: é essa a receita de Pepa para o dérbi do Minho
Treinador vitoriano ambiciona conjugação de intensidade e de inteligência tática para ter a hipótese de levar a melhor sobre o Sp. Braga, no duelo marcado para as 18h00 de domingo.

Pepa foi incapaz de esconder o orgulho quando chegou a hora de antever o seu primeiro dérbi do Minho como treinador. Convencido de que Vitória e Sp. Braga são protagonistas de uma “rivalidade de salutar”, “quase ímpar” no contexto do futebol nacional, o timoneiro pediu aos seus jogadores para encarnarem a “paixão e a emoção” próprias de um duelo que se estende há “praticamente 100 anos” e para dosearem esse ímpeto com “rigor e concentração”.
“Venha o jogo, venha o dérbi. Vai ser intenso, bem disputado, com paixão. Vai ser com paixão, emoção e razão. Quando digo razão, falo de organização e disciplina tática. É isso que queremos”, reiterou, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, neste sábado.
Para o técnico, a chave do sucesso reside em saber onde “ferir e agredir” o adversário e também na “inteligência tática” nos quatro momentos do jogo – organização ofensiva, organização defensiva, transição ofensiva e transição defensiva. “Para ganhar o jogo, temos de ser racionais e de ter uma equipa muito inteligente dentro de campo”, resumiu.
Em suma, o Vitória precisa de uma exibição a “roçar a perfeição” para derrotar um rival que tem processos defensivo e ofensivo “bem identificados”, às ordens de um treinador com “muita competência e uma experiência vasta”, Carlos Carvalhal.
Pepa até foi bem sucedido contra Carvalhal na temporada transata, ao comando do Paços de Ferreira – venceu o Braga por 2-0, em casa, e empatou 1-1, fora -, mas desvalorizou as estatísticas na projeção do encontro de domingo. “Se fosse jogar sozinho com o Carvalhal, o meu joelho não estava muito bom e não sei quem ganhava. Mas isto não é o Pepa contra o Carvalhal. Estamos a falar de um jogo especial”, vincou.
O treinador realçou ainda que o Vitória deve fazer todos os possíveis para “impor o ritmo de jogo”, mesmo ciente de que não vai estar por cima ao longo dos 90 minutos, e mostrou-se agradado com a performance defensiva dos seus jogadores, não só pelo facto de terem sofrido apenas um golo – o de Beto, pelo Portimonense, na jornada inaugural -, mas também pelas escassas oportunidades concedidas.
“O que nos deixou satisfeitos foi as poucas oportunidades consentidas aos adversários. Mas, no futuro, e no último jogo em casa, com volume ofensivo muito grande, podemos sofrer. Há sempre espaço para continuarmos a crescer. Requer uma concentração muito grande. Uma equipa que fique muito tempo com 50 metros para trás tem de ter uma reação à perda forte e muita concentração”, perspetivou.