O jogo decorria aberto, sem público nas bancadas, nem qualquer mudança classificativa em questão, quando Miguel Maga recebeu a bola com espaço na ala direita. Aposta no decurso desta época, o lateral de 19 anos olhou para a área e tirou um cruzamento para a área, à espera que alguém aparecesse. Assim foi, pelo protagonista habitual: Oscar Estupiñán apareceu de rompante para um cabeceamento fulminante, indefensável para Andrew.

Estava feito o primeiro golo dos 5-0 aplicados ao Gil Vicente no fecho do campeonato, mas também o 16.º do colombiano em toda a época, o 15.º para a Liga Bwin e, entre esses, o sétimo de cabeça. No campeonato 2021/22, não houve melhor cabeça do que a do dianteiro de 25 anos; o seu registo superou os do benfiquista Darwin Nuñez, autor de cinco cabeceamentos para o fundo das redes entre os 26 golos que o coroaram como melhor marcador da competição, e os de André Luís (Moreirense) e Alipour (Marítimo), ambos com quatro golos.

A tendência para Oscar Estupiñán se impor nas alturas evidenciou-se desde a terceira jornada, com o segundo golo no primeiro triunfo para o campeonato, sobre o Vizela (4-0). Na primeira volta, a cabeça do avançado encontrou de novo o caminho das redes nos triunfos sobre Famalicão e Marítimo – ambos por 2-1 -, antes de se voltar a expressar no começo da segunda volta; abriu a contagem para mais um triunfo, sobre o rival Sporting de Braga (2-1), à 21.ª jornada.

A última reserva de golos estava reservada para as três últimas jornadas do campeonato: o colombiano marcou por uma vez em cada um dos jogos, abrindo a contagem frente a Santa Clara e Boavista, partidas que viriam a dar empate.

Fora a Liga Bwin, Oscar Estupiñán marcou ainda para a Taça da Liga, no 3-3 caseiro com o Benfica, também de cabeça. Em fim de contrato com o Vitória, o colombiano exibiu a sua melhor versão na última época, após um percurso iniciado em 2017/18, com passagens pela equipa B pelo meio e ainda empréstimos ao Denizlispor (Turquia) e Barcelona de Guayaquil (Equador).

A veia goleadora de Oscar Estupiñán colocou-o ainda no topo dos marcadores vitorianos do século XXI. O colombiano igualou a fasquia de 15 golos estabelecida por Raphinha para a Liga, na época 2017/18, se bem que, em todas as competições, o brasileiro agora no Leeds United chegou aos 18 golos.

Nos últimos 20 anos, seguem-se no topo dos marcadores para a divisão maior do futebol nacional Marega, com 13 golos em 2016/17, bem como Saganowski (2005/06) e Henrique Dourado (2015/16), ambos com 12.

Tanto Estupiñán como Raphinha ficaram a um golo da marca de Brandão, avançado que jogou pelo Vitória SC na temporada 1999/2000.