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“Os palácios do rei”, pelo baú de Joaquim Azevedo

Benlhevai e Amorosa foram os principais campos da história do Vitória SC antes do Estádio Municipal de Guimarães, que posteriormente se tornou no Estádio D. Afonso Henriques.

27 janeiro 2022 > 09:00

Fez na última segunda-feira, 24 de janeiro, noventa nos que se inaugurou o Campo do Benlhevai. “Um campo pequeno, com medidas mínimas, que ficava situado entre a Casa dos Cajatos, (oficina de ferradores), a Escola Secundária Francisco de Holanda e a Casa do Proposto, na avenida S. Gonçalo, limitado à esquerda por uma entrada, junto à parada do antigo quartel dos Bombeiros (hoje Centro Comercial Triângulo), onde se situava o peão”, segundo Joaquim Azevedo.

Depois de na primeira década ter dividido a sua atividade pelo Campo José Minotes e o Campo da Perdiz, o Campo do Benlhevai teve no primeiro jogo uma derrota pesada (1-6) frente ao Salgueiros. 3 mil pessoas assistiram ao jogo no “campo bastante exíguo, implantado num espaço limitado, em que era frequente ir buscar bolas à estrada”.

Foi neste recinto que se deu a estreia do Vitória SC na 1.ª Divisão e outros momentos marcantes da sua história, como o primeiro campeonato distrital e a primeira disputa da final da Taça de Portugal.

Campo da Amorosa inaugurado em janeiro de 1946

Na época 1945/46 o Benlhevai deixou de reunir os requisitos para que o Vitória pudesse participar nas provas da 1.ª Divisão, o que levou a que se construísse o Campo da Amorosa, um campo que serviu o clube mais de duas décadas, apesar de aquando da sua projeção ser visto como um palco provisório.

Campo da Amorosa - 1964

“Situava-se na zona hoje compreendida entre o Centro de Saúde da Amorosa e a Urbanização Nossa Senhora da Conceição”, dá nota Joaquim Azevedo. Na inauguração, em janeiro de 1946, o Vitória bateu o Boavista por três bolas a uma.

“Dia grande o do passado domingo em Guimarães. Dia de festa, diremos mesmo. Não houve, é certo luminárias nem bandeirolas, mas houve alegria franca no coração dos vimaranenses que prezam e amem a sua terra, e que são todos afinal.

É que, nesse dia memorável, uma velha e ansiada aspiração ficou de pé, tornou-se realidade, como que a atestar o que pode e do que é capaz a vontade forte, decidida, posta ao serviço de uma Terra e de uma Causa (…)

Guimarães é assim: custa-lhe a decidir-se, mas quando o faz, ninguém a supera. Veste do bom e do melhor!” (Notícias de Guimarães)

De Municipal a D. Afonso Henriques

Da Amorosa passou-se para o recinto que ainda hoje se encontra no mesmo espaço dos dias de hoje, ainda que com nomes e configurações diferentes. “O Estádio Municipal de Guimarães foi inaugurado a 3 de janeiro de 1965, com o jogo Vitória-Belenenses, que terminaria favorável às cores vitorianas por 2-1, cujo primeiro golo seria assinado por um homem da casa e das escolas do clube:  o jogador vimaranense Castro”.

Estádio Municipal de Guimarães (1965)

Apenas em 1968 passou a ter balneários, que provisoriamente funcionaram na Amorosa. Neste recinto o Vitória SC conquistou três terceiros lugares e disputou três vezes a final da Taça de Portugal.  

Em 1991, após obras de beneficiação, o Estádio Municipal de Guimarães é palco do Mundial Sub20 e em 2004 foi um dos estádios do Europeu de Futebol, após ter sofrido uma reformulação profunda. “Um estádio que seria inicialmente propriedade camarária, mas que em 25 de julho de 2003 seria entregue pela Câmara Municipal de Guimarães ao Vitória Sport Club, que, por aprovação dos sócios o denominariam Estádio D. Afonso Henriques”, refere Joaquim Azevedo.

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