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O jogador com “visão” de sobra pode ir além. Falta confiar mais no remate

Vasco Gonçalves treinou André Almeida nos sub-15 do Vitória e já lhe via as características que o distinguem. E se “optasse mais pelo remate”, poderia ter mais golo, diz.

26 agosto 2022 > 16:30

Dos 22 anos de vida, André Almeida cumpriu 17 como futebolista do Vitória SC: tanto vestiu o preto e o branco com o escudo do Super Afonso, mascote do clube e símbolo dos Afonsinhos, como com a imagem de D. Afonso Henriques, inspirada na escultura de Soares dos Reis. Até ao término dessa etapa, confirmado nesta quinta-feira, com a oficialização da transferência para o Valência, o médio passou pelas mãos de dezenas de treinadores.

Um deles foi Vasco Gonçalves, responsável pelos sub-15 na temporada 2014/15. André jogou nessa equipa com Tomás Händel e Afonso Freitas, mas também nos sub-17 de Tozé Mendes. “O André na altura já era identificado pelo departamento de futebol juvenil como um talento. (…) Nas fases finais, acabou por ser sacrificado porque jogava pelas duas equipas”, recorda o agora treinador principal do Pevidém SC, formação do Campeonato de Portugal.

André Almeida jogou pela primeira vez como sénior dois anos depois, num Vitória B – Desportivo das Aves, para a Segunda Liga de 2016/17, e a sua evolução nos últimos seis anos “correu dentro do expectável”. O jogador continuou a exibir virtudes do tempo de iniciado à medida que subia de escalão.

“Já tinha uma maturidade elevada para a idade, bom transporte de bola, boa visão de jogo e uma técnica acima da média”, vinca. “As características gerais estão lá. Algumas foram potenciadas. E algumas lacunas foram debeladas”.

 

 

Seleção A? Pode chegar lá

Há, porém, dois aspetos do jogo em que André Almeida poderia ser mais, com reflexo no futebol que ainda hoje exprime: a falta de confiança no remate a longa distância e a consequente falta de golo. Em 88 jogos oficiais pela primeira equipa do Vitória, o vimaranense fez três golos.

“Faltava-lhe, na altura, capacidade de finalização a longa distância, e ele tem bom remate. Não tinha confiança suficiente para o executar mais vezes. Tentámos a todo o custo alterar isso, mas ainda hoje o André tem muitas oportunidades em que pode fazer golo e opta por passar ou por conduzir a bola”, salienta

Vasco Gonçalves dá os exemplos dos golos perante Famalicão e Moreirense, ambos na temporada 2020/21, a partir de remates fora da área, para defender que o médio pode marcar mais golos. “Isso tem de passar por uma estimulação por forma a confiar nas suas capacidades. Ele consegue facilmente enquadrar-se com a baliza e tem um bom remate. (…) Poderia ser um médio com mais golo se optasse pelo remate”, acrescenta.

A ida para o Valência pode, contudo, “estimular essas aptidões”, perspetiva Vasco Gonçalves. A “competitividade” do plantel che “vai obrigá-lo a ser mais exigente na adaptação”, condição, a seu ver, fulcral para chegar mais além, no futuro. A seleção A de futebol, quem sabe. “O André poderá chegar mais além, a outros patamares e até à seleção A. Eu acredito”, reitera.

 

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