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No Xico, o andebol também pode ser para maiores de 60

Clube vai criar uma equipa de walking handball, disponibilizando, por ora, 20 vagas – 12 para mulheres e oito para homens. Projeto enquadra-se no cumprimento da Agenda 2030, da ONU.

28 março 2022 > 09:00

Os cidadãos com mais de 60 anos vão ter, a partir da última semana de março, uma opção extra para se manterem fisicamente ativos: o Xico Andebol vai abrir as inscrições para uma equipa de walking handball – andebol a passo, na tradução portuguesa.

O projeto acelerou ao longo do último mês e disponibiliza 20 vagas – 12 para mulheres e oito para homens -, sob as prioridades do “combate ao isolamento” e da promoção da saúde de um público-alvo especialmente afetado pela pandemia de covid-19, adianta o presidente do clube ao Tempo de Jogo. “É um público-alvo vulnerável. Estivemos todos submetidos [aos efeitos do novo coronavírus], mas eles mais. Tiveram menos ferramentas para se defenderem”, afirma Mauro Fernandes.

A promessa de “olhar para a comunidade” e de envolver “pessoas de faixas etárias que quase não existem no clube” enquadra-se igualmente na Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas, frisa o responsável. O clube escolar já abraçara os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável há cerca de um ano, numa parceria com o Laboratório da Paisagem em que se comprometeu a reduzir o consumo de água e de energia, a separar os resíduos e a evitar o uso do plástico, por exemplo.

No entanto, o “plano de sustentabilidade” do Xico Andebol ultrapassa as componentes “ambiental e financeira”, reitera Mauro Fernandes. Toca igualmente a “área social”, apontando, com o walking handball, ao objetivo 3 da Agenda 2030 – “Saúde de Qualidade” – e ao objetivo 10 – “Redução das Desigualdades”.

Para materializar tais compromissos, o emblema de Guimarães vai acompanhar os novos atletas com os serviços de psicologia e de nutrição. “Se tivermos pessoas com determinadas fragilidades sob o ponto de vista cognitivo, vamos trabalhar isso com a psicóloga e com a treinadora. Se tivermos pessoas obesas ou magras, a nossa nutricionista vai dar aconselhamento”, especifica.

Para comprovar as eventuais melhorias da prática desportiva, o Xico tenciona avaliar o desempenho “motor e psicológico” da equipa com “uma série de testes internacionais”, acrescenta o responsável. “Vamos supor que temos aqui alguém diabético. Vamos vigiar os valores e testar se o desporto que o paciente faz connosco o faz melhorar”, detalha.

 

Projeto pioneiro no país e recente na Europa

Convicto de que a modalidade se pode traduzir numa “melhoria da vida” de quem a pratica, o dirigente frisa que os profissionais do Xico estão “preparadíssimos” para começarem de “um dia para o outro” uma iniciativa pioneira em Portugal e ainda recente na Europa; os Países Baixos são, aliás, o único caso em que a modalidade já “está enraizada”, em articulação com a respetiva federação.

“Só há pouco tempo a European Handball Federation [Federação Europeia de Andebol, na tradução para português] deu a conhecer o projeto neerlandês. Se a modalidade existe noutros países, não tem dimensão para ser conhecida”, observa. No caso do Xico, a federação presidida pelo vimaranense Miguel Laranjeiro já se disponibilizou a ser parceira de uma “experiência” que se pode vir a “replicar noutros clubes”, acrescenta Mauro Fernandes.

Prestes a arrancar, o plano para o walking handball pode-se consumar com ainda “mais qualidade”, se financiado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), ao abrigo do programa Desporto para Todos. “O prazo para as candidaturas acabou no dia 25. Vamos avançar com o projeto, independentemente de ter o financiamento ou não. Com o financiamento, poderemos ir mais longe”, antecipa.

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