No rescaldo das contas de 2020/21, Pinto Lisboa promete reduzir custos
Convicto de que o Vitória superou o “exigente desafio” colocado pela pandemia, correspondendo àquilo que a sociedade esperava, presidente admite “resultados insatisfatórios”.

O Vitória terminou a época desportiva 2020/21 com um resultado líquido negativo de 3,6 milhões de euros. Prestes a ser apreciado, discutido e votado em assembleia-geral marcada para sábado, o número exclui as atividades da SAD – futebol profissional e maioria do futebol de formação -, mas, ao mesmo, tempo inclui-as. Segundo o Relatório e Contas de 2020/21, a principal causa para o resultado negativo do clube é a sua participação no capital da SAD, cujo resultado em 2020/21 foi negativo em 8,2 milhões.
Apesar de vincar o “investimento nas equipas de base”, que dá um “vislumbre para um ciclo condizente com as ambições dos associados”, Miguel Pinto Lisboa admite “resultados insatisfatórios” que exigem “medidas corajosas e efetivas”: a redução de custos está no horizonte.
“Sem afetar a estratégia de valorização das equipas internas e a expressão que as mesmas atualmente têm na formação principal e no efeito de valorização dos ativos, está também em curso um processo de otimização de recursos que passa por uma significativa diminuição do número de jogadores sob contrato, bem como da respetiva diminuição dos custos com pessoal”, lê-se na mensagem vertida no documento.
Apesar da “inversão do ciclo que penalizou a SAD” ter contagiado “de forma negativa o clube”, o responsável máximo vitoriano defendeu que a época 2020/21 colocou “à prova a solidez de todas as instituições”. No seu entender, o Vitória passou nesse exame, quer por adquirir uma parcela das ações de Mário Ferreira, que lhe garantiram uma inédita maioria na SAD, numa clara “declaração de intenções”.
“Sabemos o que queremos para o nosso Vitória e contamos com os nossos sócios, a nossa comunidade e a nossa cidade para alcançarmos os objetivos delineados, nunca fechando portas a quem partilhe desta visão, respeite esta história e possa acrescentar valor ao caminho que escolhemos trilhar”, disse.
Para Miguel Pinto Lisboa, a pandemia tem sido um tempo em que o Vitória “correspondeu” quer perante atletas e equipas, demonstrando que o “ecletismo não é uma palavra vã”, perante a sociedade, ao sensibilizar para “as assimetrias agravadas pela pandemia”, e mesmo perante as competições em que participou: o dirigente menciona, por exemplo, os títulos do polo aquático, e a subida do andebol à 2.ª Divisão Nacional, além de referir a abertura das secções de xadrez e de artes marciais mistas.
“Superados estes imensos desafios, é com absoluta certeza que o Vitória encara o próximo ciclo, convicto de que o clube continuará a estar à altura das exigências no ano do seu centenário”, concluiu.