No espetáculo Monteiro vs. Lawrence, a Supertaça perdeu-se por um palmo
Depois da entrada de rompante da encarnada Raphaella Monteiro, as condessas reagiram, impulsionadas por Kahlia Lawrence, mas perderam a primeira competição da época, por 77-75.

No último instante do primeiro jogo da época, Kahlia Lawrence, com 20 pontos no pecúlio, tentou um lançamento triplo em desespero que daria a Supertaça ao Vitória. Face às condições em que o fez, deu-se o desfecho mais provável: falhou. As esperanças alimentadas a partir de meados do segundo período, quando a desvantagem vimaranense era de 17 pontos, só foram frustradas ao soar da última buzina, abrindo a perspetiva de que as condessas serão capazes de batalhar pelos lugares cimeiros ao longo da época 2021/22; a Liga Skoiy começa já no próximo fim de semana, com novo duelo entre vitorianas e encarnadas, em Lisboa.
O 1.º período teve como marca de água os dribles e os lançamentos da encarnada Raphaella Monteiro, a começar pelo triplo logo aos 30 segundos. Depois de uma época em que brilhou ao serviço da Quinta dos Lombos, com uma média de 17 pontos por jogo, a extremo brasileira apontou 15 pontos nos 10 primeiros minutos, revelando-se decisiva para o 26-12 que se verificava após a primeira interrupção.
Dependente dos lançamentos triplos de Catarina Mateus – oito pontos no primeiro período -, o Vitória revelou muitas dificuldades para penetrar rumo ao cesto e também para tapar os caminhos do céu, permitindo vários lançamentos sem oposição.
O segundo período parecia tomar o mesmo caminho, quando a seis minutos do intervalo, a equipa de Pedro Dias, em estreia no banco vitoriano, disparou para um parcial de 8-0, que encurtou uma desvantagem de 17 pontos (36-19) para uma de nove (36-27), graças a Mariana Teixeira, a Sara Ressurreição e a Kahlia Lawrence, que, a 04:09 minutos do fim, deu o primeiro cheirinho do show que estava para vir após o intervalo.
Eficaz nos lançamentos dos três pontos e mais agressivo na defesa, o Vitória manteve a distância até ao intervalo e dominou o terceiro período, com uma prestação brilhante de Lawrence; com dois triplos consecutivos e um bonito movimento interior, a base de 25 anos deixou as condessas a um ponto das encarnadas (47-46), com mais de cinco minutos para jogar no terceiro período. As jogadoras de Pedro Dias tiveram mesmo uma posse de bola para assumir a liderança no marcador, mas desperdiçaram-na, pelo que, a partir daí, o marcador oscilou entre os três e os seis pontos de diferença, fixando um 63-58 à partida para o derradeiro período.
Nos 10 minutos finais, muita determinação de ambas as equipas na disputa de cada bola e luta incessante nas tabelas, com Catarina Mateus a dar o primeiro exemplo disso: duas incursões bem sucedidas rumo ao cesto pelo meio de várias atletas encarnadas. O Benfica foi mantendo uma vantagem de cinco a seis pontos até aos cinco minutos finais, quando Nikita Telesford apareceu imperial junto ao cesto encarnado para reduzir para 71-70 e Catarina Mateus colocou o Vitória pela primeira vez na frente, com um triplo, com mais de três minutos por jogar. A partir daí, o jogo foi uma mistura de bons desenhos ofensivos com muito atabalhoamento. A turma de Eugénio Rodrigues foi ligeiramente mais forte, dando sequência ao campeonato e à Taça de Portugal conquistados em 2020/21.
Com 30 pontos, Raphaella Monteiro foi a jogadora mais valiosa de um encontro com indicadores muito parecidos de parte a parte; 48% de eficácia de lançamento encarnada contra 46% no Vitória, que, além de Kahlia Lawrence, teve Nikita Telesford (16 pontos e sete ressaltos) e Catarina Mateus (15 pontos e oito assistências) em evidência.