Na Taça, o alarme soou aos 80', mas o Vitória desligou-o no prolongamento
Objetivo cumprido, mas foram precisos 120 minutos para o Vitória carimbar a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal. A equipa de Moreno esteve a ganhar até aos 80', mas permitiu o empate.

Tudo parecia correr sem alarmes, sem surpresas. O Vitória adiantou-se no marcador na primeira parte e aparentava controlar a partida. Só que à entrada para os últimos 20 minutos, começou a recuar e pôs-se à mercê de uma bola do Vizela encontrar o melhor caminho. Isso aconteceu e o Afonso Henriques viu mesmo 120 minutos de futebol. No fim, acabou a sorrir. Com calafrios pelo meio, o Vitória conseguiu o mais importante: um triunfo (por 2-1) e a passagem aos oitavos. Na meia hora complementar, foi Safira a fazer o golo na conversão de uma grande penalidade.
Com Celton Biai na baliza, Hélder Sá na esquerda e Ruben Lameiras na frente, Moreno dava em continuidade ao discurso na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Vizela: haveria novas caras no onze, mas o respeito ao adversário – “O Vitória podia ter tido mais sorte no sorteio”, disse – obrigava a redobrar cuidados. E a atitude manteve-se. Nos primeiros 45 minutos, o Vitória foi dono e senhor do jogo, permitindo apenas uma aproximação do rival à baliza defendida pelo jovem internacional português.
Os vitorianos tinham bola, sondavam a baliza vizelense, mas, apesar do domínio no terreno, somou poucas oportunidades de golo. O primeiro a tentar foi Lameiras: aproveita uma bola perdida à entrada da área, remata de primeira com o pé esquerdo e a bola passa perto do retângulo defendido por Luiz Felipe (09’).
O golo acabaria por chegar por intermédio de Anderson… Jesus. Acabou por ser o defesa do Vizela a responder a um cruzamento de Helder Sá e a empurrar a bola para a própria baliza (30’).
Ao intervalo, Moreno troca uma peça e lança o francês Tounkara para o lugar de Villanueva. Com a a alteração, o Vitória passava a jogar com um trio defensivo – e guarda-redes – que transitou da equipa B na época passada. À esquerda ainda havia Hélder Sá, aposta de Moreno nos “bês” na temporada passada.
Com juventude atrás e experiência no meio-campo – André André fez mesmo o jogo 200 ao serviço dos conquistadores –, os vimaranenses diminuíram o ritmo no primeiro quarto de hora dos segundos 45 minutos. À passagem da hora de jogo, Moreno mexia e dava minutos a André Silva – ainda à procura de ritmo depois da lesão que o afastou dos relvados durante dois meses – e Jota Silva.
Mas foi o Vizela a crescer no encontro. E embora sem incomodar em demasia Celton Biai – e quando era chamado a intervir o jovem disse sempre presente –, os vizelenses cresciam à medida que o jogo se aproximava do fim. Como tem sido tradição, o Vitória sofreu mesmo o golo. Aos 80’, cruamento da esquerda, Zohi apanha a defesa do Vitória a subir e emenda para golo.
O tempo regulamentar não ia chegar ao fim sem um calafrio para os adeptos vitorianos. Mesmo ao cair do pano, na sequência de uma bola matreira na área, Celton escorrega e só chega à bola com um palmada. Uma questão de centímetros que valeu ao Vitória o prolongamento.
Para os últimos 30 minutos, saltaram do banco vitoriano Safira e Janvier. O cansaso acumulava-se e o jogo partia-se. À passagem dos 99’, André Silva descobre uma desmarcação de Jota nas costas e o avançado é estorvado pelo guardião vizelense e o árbitro aponta para a marca dos 11 metros. Safira é o escolhido para marcar e engana o guarda-redes. Estava feito o 2-1, naquele que foi o primeiro golo do brasileiro pelo Vitória. Tudo ficou mais fácil com a expulsão de Anderson Jesus ainda antes do intervalo do primeiro tempo.
Mesmo em superioridade numérica, o Vitória SC nunca pareceu totalmente seguro e permitiu aproximações do Vizela.