Na concentração, no rigor ou na energia, Vitória tem de estar no “limite”
Mais do que “ganhar” ao Marítimo, Pepa quer uma exibição que alie volume ofensivo e “foco” permanente. Treinador rejeitou que o adversário esteja “fragilizado” pela eliminação na Taça.

“Nesta casa, neste balneário, nesta equipa técnica, vimos de duas vitórias, mas ninguém está satisfeito. Queremos ganhar, mas queremos ganhar bem”, sentenciou Pepa, ao antecipar o duelo de sexta-feira com o Marítimo, que assinala o regresso do futebol ao D. Afonso Henriques passado quase um mês do último jogo oficial – derrota com o Benfica.
Mesmo reconhecendo que uma série de dois triunfos consecutivos – Famalicão e Oliveira do Hospital – é sempre positiva, o treinador lembrou que é preciso mais: uma performance com volume ofensivo, repleta de “energia”, sem esquecer o “foco”. “Queremos mais e melhor. Queremos os três pontos, mas também queremos mostrar concentração e rigor. Queremos jogar bem”, acrescentou, ao projetar o desafio marcado para as 20h15.
Pepa já reconheceu que a equipa perde concentração e rendimento a meio dos jogos quando se depara com uma circunstância desfavorável: assim aconteceu em Arouca e em Tábua, para a “prova rainha”, apesar de ter segurado a vantagem até ao fim. Para o timoneiro, a solução passa por manter o foco no “limite” a todo e qualquer instante do jogo.
“A concentração requer algo muito específico. A concentração cansa. Um jogador de xadrez tem todas as condições para não se cansar, pois está sentado, mas acaba um jogo exausto. Mesmo quando a bola está longe, é preciso manter os equilíbrios. Se a bola estiver fora do campo, pode ser um momento de ‘esfregar’ o olho, mas não dá. O foco tem de estar sempre no limite”, disse.
Se o Vitória ainda passou por alguns calafrios na Taça de Portugal, o Marítimo foi mesmo eliminado: caiu aos pés do Varzim, no desempate por grandes penalidades (3-2, após o 2-2 verificado ao fim de 120 minutos). Ainda assim, Pepa rejeitou a tese de um adversário “fragilizado”.
“É outra competição, é outro jogo. o que normalmente acontece nesta vida é queremos ir lá para dentro marcar dedo. Temos é de pensar na nossa equipa, sabendo que, do outro lado, há uma equipa competente, com bons jogadores e um treinador que conhece muito bem o nosso futebol”, disse.
Pepa comentou igualmente a possibilidade de o D. Afonso Henriques acolher pela primeira vez um jogo sem restrições de lotação desde o aparecimento do novo coronavírus, algo que, a seu ver, deve ser aproveitado pelos jogadores.
“Temos de aproveitar os nossos adeptos, o ‘fator casa’, a ajuda que nos dão, o ‘vento’ a favor nas nossas costas. Não sei quantas pessoas estarão presentes. Espero que estejam muitas. Cabe-nos tornar este campo muito difícil para quem cá vem”, frisou.
Questionado ainda sobre o ciclo que se segue, com partidas frente a Benfica, para a Taça da Liga, na quarta-feira, e com o Sporting, em 30 de outubro, para o campeonato, Pepa disse recear mais a “frequência de jogos” do que os “nomes dos adversários”, mas afirmou-se convencido de que tem opções para “apresentar o melhor ‘onze’ em cada jogo”.
Com o extremo Rúben Lameiras apto, após ter sido infetado com o novo coronavírus, os defesas Jorge Fernandes e Sílvio, o médio Gui e o avançado Herculano são os atletas vitorianos indisponíveis por lesão.