Mudanças de atitude
Se a atual direção tem uma árdua tarefa para a gestão dos destinos do clube, os sócios e adeptos Vitorianos também têm a obrigação de colaborar e a atuação de alguns sócios tem de mudar radicalmente.

No passado dia 22 de abril, os novos órgãos sociais do Vitória Sport Clube tiveram a primeira Assembleia Geral. Mais uma vez, os sócios responderam e estiveram presentes em número considerável, existindo um consenso generalizado que a AG decorreu com uma urbanidade assinalável.
Uma verdadeira democracia só é possível quando existe transparência, quando todos os sócios, independentemente da divergência de opiniões, podem falar livremente, sem medos e sentirem que são verdadeiramente informados e respeitados.
Relativamente à atual situação económica financeira do clube não existiram grandes novidades, sendo que já tinha existido uma AG em que as contas foram reprovadas e durante o período eleitoral todos ficámos com a convicção que estávamos e estamos perante um momento muito difícil e que nos vai obrigar a uma grande união e solidariedade.
A maior complexidade é existir a sensação que temos muitos problemas por resolver, que são constantemente debatidos e exaltados, mas chegou o momento de começarmos a apresentar e debater as soluções. Somos um clube com sócios exigentes e apaixonados, mas a gestão de expetativas é muito importante para que a próxima época possa decorrer com alguma tranquilidade.
Todos esperamos, sem exceção, que o Vitória possa preparar a próxima época com equipas competitivas, sem entrar em loucuras, principalmente quando sabemos que as maiores receitas do clube já foram antecipadas e que até 2025 teremos de elaborar orçamentos sem as mesmas.
Se a atual direção tem uma árdua tarefa para a gestão dos destinos do clube, os sócios e adeptos Vitorianos também têm a obrigação de colaborar e a atuação de alguns sócios tem de mudar radicalmente.
Se é verdade que algumas multas impostas pela Liga são ridículas e podemos considerar que são uma forma de a mesma se financiar, também temos de ser honestos e considerar que muitas das multas são inquestionáveis e legítimas.
O Vitória não pode continuar a pagar uma média de mais de 10 mil euros por jogo por comportamento incorreto do público. Para mim é inadmissível ver um sócio Vitoriano a danificar o próprio património do clube, um património de todos nós, como tem sido, por exemplo, o caso das cadeiras. Sócios com este tipo de atitudes têm de ser identificados e responsabilizados, pois as suas posturas têm sido prejudicais para o clube e com as quais não podemos compactuar.
Se é verdade que a direção terá de fazer bastantes ajustes e cortes orçamentais para que a viabilidade do clube seja uma realidade, depende de cada um de nós, não dificultar esse trabalho e onerar o clube com despesas completamente irracionais e injustificadas. Todos falamos das paixões exacerbadas que o futebol muitas vezes provoca, mas em pleno século XXI, esta falta de civismo e desportivismo são completamente inadmissíveis.
Que o orgulho de ser Vitoriano seja comprovado não apenas em palavras, mas também em atos que estejam ao nível dos pergaminhos do nosso clube.