No intervalo do play-off de manutenção/subida o Moreirense FC tem uma desvantagem de dois golos. Cumpriu-se o ditado que diz que “para lá do Marão mandam os que lá estão”, com a equipa flaviense – terceiro classificado do segundo escalão – a vencer por duas bolas a zero, colocando-se numa posição confortável para poder regressar ao convívio com os grandes do futebol português.

Depois da tarde épica que deu ao Moreirense a oportunidade de lutar pela manutenção, sabia-se que havia ainda uma grande montanha para ultrapassar. O exemplo da época passada mostra que a motivação de quem vem da 2.ª Divisão é diferente da de quem foge à despromoção e na noite deste sábado esse estigma fez-se sentir.

A equipa de Sá Pinto – que não esteve no banco de suplentes – até entrou bem, a lutar por cada palmo de terreno e impondo intensidade nos duelos. Mas, duas bombas flavienses fizeram a diferença e deixam os cónegos com uma quantidade considerável de fragmentos para reparar caso se queiram recompor para permanecer na 1.ª Divisão.

O primeiro tento da equipa do vimaranense Vítor Campelos foi apontado por João Teixeira na sequência de um livre direto em que Kewin não fica isento de culpas: uma questão de distância. O guarda-redes do Moreirense tirou as medidas achando que o livre era demasiado distante, colocando apenas dois elementos na barreira. João Teixeira fez uma medição diferente, acreditou e rematou forte para o fundo das redes. A reação incrédula de Kewin de pouco valeu.

Em desvantagem, a realidade é que o Moreirense não teve capacidade para reagir. Os fantasmas do passado vieram ao de cima e os cónegos ficaram intranquilos, quase perderam a fé, e foram vendo os flavienses galvanizarem-se. Já na segunda metade, nova bomba provocou ainda mais estragos nos cónegos.

João Correia, mais um jogador que já passou pelo Vitória SC, tal como João Teixeira, rompeu pelo corredor esquerdo do Moreirense, deixou para trás a concorrência e rematou forte para o ângulo, dando mais alegria ao triunfo flaviense. O milhar de adeptos do Moreirense que foi a Trás-os-Montes, uma das maiores deslocações de sempre dos cónegos, terá de acreditar numa segunda mão épica para dar a volta à eliminatória.

A eliminatória não está fechada, mas o Moreirense terá de fazer um jogo perfeito dentro de uma semana em Moreira de Cónegos para não cair ao segundo escalão.