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Mais medalhas para o judo da Cercigui, que brilha mesmo quando não é ouro

Os representantes vimaranenses no mundial da Madeira alcançaram três títulos. O mestre Mário Emídio dá o "mérito" aos atletas e valoriza o querer, a vontade de chegar mais além e o nunca desistir.

18 outubro 2022 > 09:00

O tatame voltou a dar alegrias a Guimarães. Na Madeira, no Campeonato Mundial de Judo para atletas com síndrome de Down, Paulo Lemos, Susana Sampaio e Patrícia Oliveira sagraram-se campeões e Carlos Martins foi quinto classificado. Mas tão ou mais importante do que a medalha de ouro e resultados obtidos é o facto de os judocas terem chegado ao topo “descido com toda a segurança” para voltarem à sua vida. Quem o diz é o seu mestre, Mário Emídio. O selecionador nacional conduziu novamente os judocas ao sucesso, mas prefere olhar para si como um “facilitador”.  “Quem tem o mérito são os atletas”, afirma.

No primeiro dia de provas, Portugal conquistou sete medalhas em oito possíveis, e os judocas do Vitória SC/Cercigui estiveram em destaque. O trabalho para alcançar o sucesso começou cedo. “Em 2019, fizemos o campeonato do mundo em Guimarães, tivemos seis seleções cá. Agora foi na Madeira. Durante a pandemia de covid-19, fizemos treinos online, andámos a percorrer o país com estágios, porque os atletas são de Guimarães, são do Sabugal, de Castelo Branco, de Águeda. Fizemos um trabalho de conseguir a melhor preparação para termos os atletas prontos em setembro”, explica.

Todo o trabalho foi desaguar a um fim de semana na ilha da Madeira – e em subidas ao pódio. Momento em que se ouve o hino “com toda a dignidade e respeito”. É um direito, defende o mestre. O direito ao desporto. E mesmo quando a medalha não é a que mais se deseja, é imperativo saber estar “quando se ganha e quando se perde”. “É algo que os nossos atletas têm, e é magnífico”, reitera.

 

“O valor de um atleta está no querer”

O saldo da viagem à Madeira cifra-se em cinco medalhas de ouro, uma de prata, uma de bronze e um quinto lugar.  No total, foram oito atletas em representação das cores lusas. Mário Emídio diz ser “paradigmático”: “Já estou a olhar para a próxima. Não vivemos com as medalhas que ganhamos, mas com as que podemos ganhar. O valor de um atleta é grande e não é só na medalha”. O mestre dá o exemplo. “O Carlos Martins ficou em quinto lugar, mas teve um prémio fair-play e foi o mais combativo nos combates da seleção portuguesa. Vencido, mas não derrotado; o valor de um atleta está no querer, na vontade de chegar mais além e nunca desistir. O prémio é de todos e a medalha daqueles que não ganham está intrinsecamente ganha pelas atitudes que têm na seleção”.

Enquanto esteve na Madeira, Mário Emídio fez formações para professores do 2.º e do 3.º ciclo e também a mestres de judo. Com isso, quebra barreiras psicológicas e trabalha para deitar por terra ideias preconcebidas de que estes atletas ficam a dever algo a outros.

O pavilhão da Escola Bartolomeu Perestrelo, no Funchal, foi casa do terceiro mundial, com 26 atletas em prova, de cinco países. A CERCIGUI agradeceu, numa nota, ao mestre Mário Emídio “pela generosidade e empenho com que, ano após ano, consegue elevar cada vez mais as capacidades individuais, coletivas e humanas dos atletas”.  Estiveram em representação da Cercigui/Vitória Sport Clube Carlos Martins, em -73kg, Paulo Lemos, em -90kg, e Patricia Oliveira, em –63kg, e Susana Sampaio, em +78.

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