Foi no início deste mês de dezembro que Lito Vidigal assumiu os destinos da principal equipa do Moreirense FC. Com uma semana de treinos realizada, e o jogo da jornada 13 adiado, o timoneiro falou pela primeira vez na função. A ocasião foi a partida da ronda 14 da Liga Portugal bwin. Amanhã, dia 12, vai sentar-se pela primeira vez no banco dos cónegos com a braçadeira de treinador e logo frente a um velho conhecido: Lito Vidigal orientou o Portimonense SC em 2008/09 e 2009/10, mas sem ter orientado a equipa por uma época completa. A avaliação que faz do adversário permite ao treinador concluir que este vai ser “um desafio” para os cónegos. Afinal, diz, trata-se de um adversário “com processos cimentados, que tem bons jogadores, está a fazer uma boa campanha e conseguiu resultados interessantes nos últimos jogos fora”.

Agora o foco é o Moreirense e o objetivo é contrariar os maus resultados que atiraram a equipa para a perigosa linha de água. Em jogos do campeonato, o aproveitamento dos cónegos está abaixo do esperado. O registo é desanimador: em 12 jogos, os cónegos somam apenas um triunfo, seis empates e cinco derrotas. Por essa razão, o treinador não se contenta com copos meio cheios: “queremos uma vitória já”. Para a receita funcionar, é preciso não esquecer os ingredientes, sobretudo o “trabalho”. O treinador entende que a sua equipa vai ter “de correr muitos quilómetros” e exige que os seus jogadores sejam “agressivos, intensos” e “mentalmente muito fortes”. A meta para a jornada 14 está bem delineada: “só temos em mente a vitória, vamos procurar os três pontos”.

Os muitos golos sofridos – 22 no total da competição – são uma preocupação e é por pouco que o nome do Moreirense FC fica de fora do pódio de piores defesas. Também neste tópico há pressa no discurso de Lito Vidigal: “queremos quebrar já isso”. E por “isso” entende-se a tendência de sofrer golos todos os jogos. Nas 12 jornadas que o Moreirense já disputou – menos uma que o resto das equipas, consequência do jogo adiado frente ao CD Tondela – houve apenas uma partida em que a sua baliza permaneceu inviolável. Foi na Madeira, frente aos locais do CS Marítimo, no início de outubro e resultou num empate sem golos. O timoneiro demonstra confiança nos seus jogadores, “que têm demonstrado uma entrega fantástica, uma ambição tremenda”, mas não deixa de pedir paciência. “Ainda temos muita coisa para trabalhar, estamos no início do percurso. Primeiro temos de semear para depois colher, isso são palavras do presidente”, disse em conferência de imprensa.

O “crescimento muito grande em termos de condições de trabalho” que se verificou nos últimos anos, “a estrutura bem organizada” e a “identidade própria que vai um pouco ao encontro da mentalidade do presidente e da cultura das pessoas de Moreira de Cónegos” que fazem deste um “clube solidário e trabalhador” foram motivos suficientes para convencerem Lito Vidigal aceitar orientar o Moreirense FC até ao final da temporada. Nos próximos meses, a missão do treinador passa por “passar esses valores aos jogadores” e fazer com que “representem as pessoas” daquela freguesia. Antes de terminar convocou os adeptos para estarem ao lado da equipa: “se tivermos as pessoas de Moreira connosco, solidárias com a equipa, a probabilidade de vencer é maior”.

Depois da paragem forçada em consequência do adiamento do jogo da jornada 13, há “muita vontade de competir para poder vencer”. A próxima oportunidade é já amanhã, dia 12, a partir das 15h30 frente ao SC Portimonense, 7.º classificado com 20 pontos somados, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.