“Jogo para a história das atletas e de quem viu” coroa mundial
A seleção feminina de Portugal festejou no lugar mais alto do pódio após uma reviravolta improvável. Vereador do desporto em Guimarães diz que o mundial universitário fez história graças ao jogo.

O crescente acreditar na quadra e nas bancadas até à explosão de alegria quando o cronómetro assinalava 1,1 segundos para se jogarem na final feminina pode bem ser o momento que define o mundial universitário de futsal decorrido na última semana, em Guimarães e em Braga.
A perder por 5-1 ao intervalo, a seleção de Ricardo Azevedo batalhou, persistiu e desmentiu o que parecia uma inevitável marcha para a prata com três golos nos últimos cinco minutos, qual boia de salvação. Garantido o prolongamento, a equipa das quinas fez o resto nos penáltis, festejando um inédito título com emoção e muita comoção em pleno Multiusos de Guimarães.
Esses sentimentos afloraram de novo entre as jogadoras, quando subiram ao mais alto lugar do pódio para erguer a taça. Na opinião do vereador municipal para o desporto, que falou ao Jornal de Guimarães após a competição, não era razão para menos; acabara de se fazer “história”.
“Tivemos pela primeira vez uma seleção campeã do mundo, e da maneira que foi: recuperação de quatro golos de desvantagem na segunda parte, prolongamento e penáltis. Viu-se uma superação enorme em Guimarães. Este jogo vai ficar na história das atletas, na história de quem viu e na história da modalidade em Portugal”, salienta Nelson Felgueiras.
Para o responsável, a reviravolta coroou um “grande evento à escala mundial”, com 20 seleções de 13 países e 450 atletas, que teve transmissão televisiva no Canal 11 e nas plataformas digitais da FISU, organização internacional que tutela o desporto universitário, e da FADU, que tem esse papel em Portugal. O Multiusos, acrescentou, foi o epicentro desportivo – recebeu jogos de abertura da seleção portuguesa, jogos de atribuição do terceiro e quarto lugar e ainda as finais, entre outros desafios - de uma iniciativa coorganizada com Braga, cidade que se encarregou da maior parte dos alojamentos.
“O Multiusos foi o pavilhão de excelência a nível desportivo. Foi no Multiusos que se passou este campeonato do mundo. Do ponto de vista da envolvência, esta foi uma organização partilhada entre Guimarães e Braga. Os atletas pernoitaram maioritariamente em Braga, o que fez com que o dinamismo fosse dividido entre a competição em Guimarães e essa estadia em Braga”, descreve.
Para lá de “afirmar Guimarães como território de desporto”, a dimensão universitária do evento também reforçou a marca vimaranense enquanto “cidade jovem e de conhecimento”, acrescenta.