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João Sousa: ao fim de três horas, faltou um tiebreak para mais um título

João Sousa esteve a perder, virou o jogo, desperdiçou um jogo de serviço para conquistar o quinto título ATP e soçobrou no desempate decisivo, após um jogo repleto de suor e emoção com Casper Ruud.

21 maio 2022 > 17:00

Quando daqui a uns anos se fizer uma radiografia à carreira de João Sousa, o melhor tenista luso até hoje, há jogos que vão emergir como marcos nesse percurso; são exemplos óbvios os triunfos sobre o francês Julien Benneteau, que lhe valeu o primeiro título ATP 250, em 2013, na cidade de Kuala Lumpur, ou sobre o norte-americano Frances Tiafoe que, em 2018, o consagrou como primeiro português a vencer o Estoril Open.

Mas o embate deste sábado, com Casper Ruud, número oito do ranking ATP, só perde para esses duelos no resultado final. Na performance que João Sousa exibiu em certas fases no Clube de Ténis de Genebra, no suor – três horas de partida – e na permanente alternância quanto à supremacia em campo, o encontro desta tarde suplanta até aqueles em que o conquistador saiu como vencedor dos torneios.

Depois de um primeiro set desfavorável, João Sousa fez pender a balança a seu favor em grande parte dos sets que restaram, tendo até servido para a conquista do torneio, quando vencia por 5-4 um terceiro set até então imaculado da sua parte. As falhas no primeiro serviço facilitaram a defesa a Ruud, que, graças a respostas precisas, anulou o break consentido no início do set. Ainda assim, João Sousa forçou o 6-6, após um jogo de serviço de luta acirrada por cada ponto, e, consequentemente, o tie break.

Aí, todo o esforço se desmoronou. Tal como no primeiro set, João Sousa vacilou perante os potentes serviços adversários, ao mesmo tempo que falhava os seus. Derrotado por 7-1 nesse desempate, o jogador de Guimarães perdeu por 6-7, 6-4 e 6-7, vendo o torneio de Genebra fugir-lhe pela segunda vez – outra das 12 finais ATP no currículo disputara-se na cidade suíça, em 2015.

Depois de quatro encontros sem ceder qualquer set, João Sousa deparou-se com o mais cotado dos adversários até agora, e não tardou a perceber-se porquê: dotado de um serviço potente, Casper Ruud assinava, de qualquer ponto do fundo do court, pancadas paralelas à linha ou pancadas cruzadas de difícil defesa para o vimaranense.

Depois de vencer o seu primeiro jogo de serviço, o vimaranense viu o norueguês empatar o set inaugural a um, antes de consumar o primeiro break da partida, num jogo em que não só conteve o serviço adversário como assumiu o controlo dos pontos, antes de os finalizar.

Obrigado a quebrar o serviço contrário para se manter na discussão do set, João Sousa causou o primeiro abalo ao domínio nórdico quando perdia por 4-3 e teve de quatro pontos de break. O norueguês regressou, porém, à sua melhor versão no serviço – fez cinco ases no primeiro set – levou a melhor nas vantagens, fazendo o 5-3.

Mas a história do primeiro set não se ficou por aí: seguro na hora de servir, fez o 5-4, quebrou o serviço contrário no jogo que se seguiu e fez o 6-5, antes de Casper Ruud forçar o tie-break. Aí, quando subia à rede para fazer o 3-2, João Sousa viu-se surpreendido pelo passing shot do top 10 mundial, que aproveitou o balanço para se impor por 7-3, fechando o set com um 7-6.

O equilíbrio adensou-se no segundo set, com João Sousa a mostrar-se mais autoritário nos jogos de serviço e a prolongar a disputa dos pontos no jogo de serviço adversário. Com Ruud mais propenso ao erro, o português alcançou o único break do set quando fez o 3-2 e controlou a marcha do resultado a partir daí, fechando o parcial por 6-4.

O vimaranense entrou de novo por cima no terceiro set, logrando uma quebra de serviço madrugadora que lhe permitiu estar na frente por 5-3. Depois de incomodar o jogo de serviço que valeu o 5-4 ao tenista da Noruega, João Sousa desperdiçou a oportunidade para o 6-4, vendo depois escapar-se-lhe um triunfo que esteve ali à mão.

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