João Pedro Coelho: “Sair com a cabeça bem levantada”
O treinador realçou que “ninguém pode colocar em causa a brilhante época” do Pevidém, que só não cumpriu o objetivo de ascender à Segunda Liga.

Mal soou o apito final do árbitro António Moreira, a resignação espalhou-se entre os jogadores do Pevidém, com alguns a saírem do relvado do Comendador Albano Martins Coelho Lima cabisbaixos e outros até de lágrimas nos olhos. O sonho da Segunda Liga esvaíra-se, após a derrota por 2-1 na receção ao Anadia, neste sábado à tarde. Os cavaleiros de São Jorge concluíram a série Norte da fase de acesso ao segundo escalão no terceiro lugar entre quatro equipas, com nove pontos, a dois do recém-promovido Trofense.
Mas o treinador lembrou que “ninguém pode colocar em causa a brilhante época” rubricada por esses jogadores, que falharam somente um dos vários objetivos estabelecidos. “Aquilo que fizemos foi tão grande, tão grande, que nem eles têm a noção do que conquistaram e da mensagem que passaram ao país. Eles devem sair com a cabeça bem levantada e perceber que fizeram uma época brilhante, atingindo alguns objetivos acima do projetado”, salientou aos jornalistas após o desafio.
O técnico felicitou o Trofense, pela ascensão à Segunda Liga, e também o Anadia, segundo classificado da poule, com 10 pontos, por ser um “adversário com capacidade e com potencial” que foi “mais eficaz” depois de o jogo ter ficado “partido na segunda parte”. “Foi um bom jogo, com duas equipas na procura constante pela vitória, a cometerem alguns erros ao nível da ocupação dos espaços”, descreveu.
Apesar de “importante” no desenrolar da partida, João Pedro Coelho recusou atribuir o desfecho do campeonato ao penálti cometido por Costinha, que permitiu a Fausto Lourenço empatar o jogo a um golo no último lance da primeira parte, quando o Pevidém parecia confortável em vantagem. “Do nada, o adversário é premiado com um penálti que nos coloca em desvantagem ao nível emocional e dá ao adversário uma perspetiva de inverter as coisas. Mas é um momento importante, mas não decisivo”, reiterou.
Sem esclarecer o futuro para a próxima época, o treinador disse sentir “carinho e empatia” pelo Pevidém e prometeu conversar com a direção para perceber o que é melhor para si e para o clube.
Treinador do Anadia reconhece “sorte do jogo”
No final do encontro, o técnico Miguel Valença mostrou-se satisfeito pela “ambição” e pela “personalidade” que o Anadia exibiu na segunda metade da fase de acesso à Segunda Liga, após ter chegado ao fim dos primeiros três com um ponto; apesar de insuficientes para a subida, as três vitórias nas últimas três partidas mostraram, a seu ver, que a equipa mereceu chegar onde chegou, mesmo tendo tido alguma “sorte” nesta tarde.
“Com o golo sofrido, tivemos a sorte de ter o penálti a acabar a primeira parte, na melhor altura em que poderíamos ter chegado ao empate. Na segunda parte, baixámos linhas para tentar ‘matar’ o jogo em transição, porque sabíamos que ia ficar ‘partido’. Tivemos a sorte do jogo, mas, em termos de oportunidades [de golo], ficou muito ela por ela. Fica para a história o segundo lugar [na fase de subida]”, disse, parabenizando os seus jogadores e o Pevidém, pela “época fabulosa” que protagonizou.