Ilda e Rita na primeira Volta feminina: "Acreditava que era possível"
As vimaranenses Ilda Pereira e Rita Lopes terminaram a 1.ª Volta a Portugal feminina. O carácter histórico que revestia a prova impeliu ambas a estarem presentes.

Não foram só 85 ciclistas a partir para uma prova de quatro dias. Foi “um marco histórico para o ciclismo” que vinha a ser antecipado por um pelotão inteiro. As vimaranenses Rita Lopes e Ilda Pereira puderam presenciar o “tiro de partida” da primeira edição da Volta a Portugal feminina.
A triatleta Rita Lopes recebeu o convite no fim-de-semana anterior ao início da tirada. Hesitou. Levou a melhor a ânsia da “experiência” e o carácter “histórico” que revestia a prova. Ilda Pereira explica que, 94 anos depois da Volta masculina, o momento representou “um sentimento de conquista, de pertença”. Estou há dez anos no ciclismo e a acreditar que seria possível acontecer”, resume.
E aconteceu. E Rita Lopes, que correu pela Academia de Ciclismo de Paredes, fala numa “experiência a repetir”. “Se tiver a oportunidade de a preparar atempadamente vou empenhar-me a 200% e, quem sabe, ter resultados muito melhores e poder disputar alguma coisa”, assegura a atleta que ficou em 47.º na classificação geral. “Já não estava nestas andanças do ciclismo há cerca de cinco anos”, assinala a triatleta.
Ilda Pereira aparece no top-20 da prova. Levava na bagagem uma preparação “que foi uma aventura”. É que a ciclista natural de São Torcato sofreu uma queda em junho que se traduziu em meses de repouso e centenas de dias longe da bicicleta. Três semanas antes da prova teve luz verde para voltar a competir. Num cenário que só permitiu uma preparação arfante, a ciclista fez uso da experiência para fazer face aos “dias muito nervosos e violentos” que se viveram no pelotão – ainda para mais quando se gosta de se andar perto da cabeça do grupo, como é o caso de Ilda.
“Pela primeira vez tive cãibras, nunca tinha tido. Foi de exigir tanta coisa, estava muito focada. O meu corpo tinha ainda muita memória”, frisa. A atleta deixa uma mensagem de apreço ao treinador: “Estou muito feliz com o que fizemos”.
O resultado acaba por ser secundário, na opinião de Rita Lopes. “Independentemente dos resultados foi uma experiência única e inesquecível poder competir com o nível que esteve presente, com as melhores atletas portuguesas”.