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Hélder Pinto é o único vimaranense federado em orientação, desporto que lhe dá “gozo”

O interesse em “estudar mapas e fazer percursos pela natureza” levou o atleta do Círculo de Arte e Recreio a mexer a agulha da bússola: mudou do trail running para a orientação há três anos.

27 agosto 2022 > 09:00

Há sensivelmente uma década, Hélder Pinto encontrou o trilho para a corrida em montanha – o que hoje se convencionou chamar trail running -, mas havia qualquer coisa que faltava. A atividade física era certa, mas os percursos eram sempre “iguais para toda a gente”, sem “grande inovação”, nem “cuidado do ponto de vista logístico de modo a tornar a prova interessante”.

O vimaranense precisava de um desporto que o “desafiasse mais do ponto de vista intelectual”, e o interesse em “estudar mapas e fazer percursos pela natureza”, que obrigam um atleta a “explorar um relevo, a orientar-se pelos pontos cardeais, a perceber as curvas de nível” fê-lo apontar bússola num outro sentido há três anos: o da orientação.

Por “razões afetivas e familiares”, começou na Associação Desportiva de Amarante, mas “não era prático” encontrar-se regularmente com as pessoas do clube vivendo “a cerca de uma hora” de distância. O senão logístico conduziu-o a uma pesquisa que lhe mostrou o Círculo de Arte e Recreio (CAR) entre os clubes inscritos na Federação Portuguesa de Orientação. Dirigiu-se ao clube e viu que o projeto era dirigido pelo agora presidente do Xico Andebol, Mauro Fernandes, dirigente com “interesse em modalidades outdoor e natureza”. “O Mauro passou para o Xico e não pôde dar continuidade a essa ambição, mas o clube ficou federado”, esclarece.

Hélder Pinto é, há dois anos, o único atleta de orientação federado por um emblema de Guimarães, dá conta o relatório do Centro de Estudos do Desporto de Guimarães para a época desportiva 2021/22. Já tentou cativar mais pessoas para a modalidade, até porque não vê o treino como particularmente difícil: exige leitura de mapas com “a simbologia específica das provas”, e “corrida no meio do monte ou urbana”, obrigatória apenas para quem quer ser “competitivo e ficar nos primeiros lugares”.

 

“Aliar o gosto por estudar o terreno e tomar decisões”

O vimaranense está longe de se ver “como exemplo de atleta muito empenhado”. “Todos os desportos que pratico faço-os pelo simples gozo. Tento sempre conciliar a prática desportiva com o tempo livre que vou tendo, com a família”, resume. A orientação faz-se, afinal, de pessoas a correr ou caminhar, “munidas de um mapa”, sem saberem de antemão o percurso que vão fazer.

Em analogia ao ciclismo, a larga maioria das provas dá-se em “contrarrelógio”, com os atletas a recorrerem aos seus dotes de navegação para vislumbrarem o caminho mais curto entre dois pontos. “Anda-se de ponto em ponto, sempre a olhar para o mapa até chegar à meta. O vencedor da prova é aquele que fizer todos os pontos pela ordem certa no menor tempo possível”, descreve Hélder. Esse desenho permite-lhe “aliar o gosto por estudar o terreno e por tomar decisões”.

A próxima competição está marcada para setembro, em Coimbra; insere-se na dezena que Hélder costuma realizar em cada ano civil, seja na floresta, cenário que, a seu ver, escasseia no Norte, ou em ambiente urbano, o mais aconselhável para iniciantes. “São muito boas para a família, porque fazem com as pessoas possam fazer distâncias mais curtas, divertir-se e espreitar um pouco o que é a orientação”, sugere.

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