Gato sem garras para caçar um galo de crista levantada
Vitória sai vergado de Barcelos com uma derrota (3-2) e agudiza o mau momento. Com várias baixas na equipa o ataque ao quinto lugar não teve poder de fogo.

Diz o ditado que quem não tem cão caça com um gato. Com mais de meia dúzia de baixas, para além dos três da CAN, o castigado Rochinha e os casos de Covid-19, à última da hora nova bateria de testes retirou a Pepa a última opção para o ataque. Bruno Duarte juntou-se a Estupiñán, Iuri Tavares e Herculano, deixando o Vitória SC órfão de unidades ofensivas.
Igualados com 23 pontos à partida para este jogo, os dois emblemas lutavam pela subida ao quinto lugar, mas o gato vitoriano não teve garras para fazer frente a um galo de crista levantada que termina a primeira volta com o melhor registo de sempre.
Transpondo estes dados para o relvado, entre as cinco mudanças no onze André Almeida foi o elemento mais adiantado de uma equipa que nunca conseguiu ligar devidamente o seu jogo ofensivo e, em contraponto, viu o Gil Vicente somar lances de perigo em catadupa, fazendo do 3-2 final um resultado lisonjeiro para a equipa de Pepa.
Nesta equação há mérito, naturalmente, do Gil Vicente. A equipa de Barcelos esteve sempre organizada e foi audaz. Antes do primeiro de dois golos de Fran Navarro já os barcelenses tinham deixado o aviso; os postes e Bruno Varela foram negando o inevitável.
Para lá do mérito gilista sobram várias debilidades na equipa do Vitória SC. Mesmo sem referência ofensiva exagerou-se nas bolas despejadas área, perderam-se demasiados duelos no setor intermediário e a defesa ficou demasiado exposta à velocidade adversária. As baixas explicam algumas coisas, mas estão longe justificar tudo num Vitória pouco consolidado, em que as rotinas são uma utopia.
Uma Luz vinda do banco
A dez minutos do fim o Vitória perdia por três bolas a zero sem mácula e tinha na baliza gilista uma miragem. Do banco de suplentes saiu a estreia de Nelson da Luz e o angolano foi mesmo sinónimo de uma ténue luz para o Vitória SC, reduzindo a desvantagem no marcador num lance em que foi perspicaz pela forma como se fez ao lance.
Também saído do banco de suplentes saiu Marcus Edwards – que acabou expulso – , entrando a tempo de cavar uma grande penalidade que o próprio transformou em golo. Acrescentou emoção aos minutos finais, por instantes provocou a dúvida, mas não foi suficiente para que o Vitória SC tirasse qualquer dividendo de uma caçada infortuita.
No final da primeira volta o Vitória queda-se pelo oitavo lugar, a nove pontos do quarto lugar e a três do quinto, agora ocupado pelo Gil Vicente. Foi a terceira jornada consecutiva a perder de um Vitória que nos últimos nove pontos conquistou apenas um.