O domínio que o Moreirense FC exibe no arranque da época 2022/23 é algo sem paralelo no historial do emblema verde e branco no segundo escalão.

Cinco jogos, cinco vitórias, 15 pontos, 14 golos marcados e quatro sofridos: estes são os números que saltam mais à vista do fulgurante início da época dos cónegos, pela primeira vez líder da Segunda Liga ao fim da quinta jornada.

Para se encontrarem performances remotamente semelhantes em 11 passagens pela Segunda Liga, é preciso recuar à penúltima época dos cónegos e também à primeira, a de 1995/96. Campeã da então II Divisão B em 1994/95, a formação então treinada por Carlos Garcia era segunda classificada à quinta ronda, com 11 pontos. Os homens de xadrez foram, porém, incapazes de manter a bitola, tendo caído para o 11.º lugar no final da época.

Em 2013/14, o Moreirense começava a temporada num contexto semelhante ao desta: na sequência de uma descida de divisão. Comandados pelo malogrado Vítor Oliveira, os vimaranenses somavam 10 pontos ao fim de cinco jornadas, ocupando o terceiro lugar. A equipa estava ainda a aquecer para uma temporada em que veio a sagrar-se campeã, com 79 pontos em 42 partidas. Estava assegurado o regresso ao escalão maior, onde viria a manter-se por oito épocas consecutivas.

Em Moreira, também se sabe correr de trás para a frente

Se em 1995/96, o início prometedor se transformou num campeonato a meio da tabela, houve outras edições da Segunda Liga – antigamente Divisão de Honra – em que o Moreirense esteve longe de começar bem, mas foi escalando a pulso até à almejada subida de divisão.

Assim aconteceu nas épocas 2001/02 e 2011/12. Na primeira, os homens de Moreira de Cónegos sagraram-se mesmo campeões, com 64 pontos, depois de um início de temporada que até começou pela cauda de tabela – ocupavam o 16.º lugar à quinta jornada, com quatro pontos.

Uma década depois, o Moreirense não começou melhor, fazendo cinco pontos nas cinco primeiras jornadas, que lhe valiam então o 13.º lugar. A equipa às ordens de Jorge Casquilha encetou um trajeto ascendente que a levou ao segundo lugar no final do campeonato, passaporte para o regresso à elite, sete anos depois da última participação.